quarta-feira, 17 de março de 2010

ARBITRAGEM; POR UMA DISCUSSÃO MAIS JUSTA!


Já venho com essa questão na cabeça há algum tempo. Porque lá discute-se tão pouco arbitragem como aqui? Será que os árbitros de lá são melhores do que aqui? Porque a discussão é tão pouco difundida lá e aqui ganha manchetes e mais manchetes? Semana atrás de semana. Refiro-me ao continente europeu, a Meca do futebol moderno, contraposto ao modelo brasileiro. Mas enfim, a discussão que proponho é um exercício de reflexão.

Acompanhando a Champions e alguns campeonatos europeus nos últimos meses, pude me deparar com uma constatação, a arbitragem de lá é tão ruim quanto aqui. E comete-se os mesmos erros. Mas porque lá a questão não é tão gritante como aqui? Nem tão polêmica? Salve um outro lance capital que expõe, desnuda até, o sistema falho. A resposta, de tão simples, parece óbvia. É algo cultural, encadeado à engrenagem que movimenta o futebol - dirigentes, técnicos, jogadores, torcedores e imprensa.

Primeiro ponto, lá não há tanta reclamação dentro de campo. Nem exaltação de ânimos. Segundo, quando há, ela parte apenas do capitão de sua equipe, na maioria dos casos. Não há rodas de jogadores cercando juízes e quase chegando às vias de fato. Terceiro, os jornais só tomam partido em jogos internacionais, sempre no caso alimentando a reclamação daquele que se sente prejudicado e defendendo seus interesses nacionalistas. O mesmo vale para técnicos e dirigentes. Não que isso seja regra, também há exceções, principalmente em jogos da Champions.

Já aqui não, vemos uma postura totalmente diferente. Tanto dentro de campo quanto fora dele. O vencido nunca se dá por satisfeito, quer achar culpados. Desmerece o feito do outro. Por mais notável que seja. Indigna-se, aponta o dedo, esquece-se de suas falhas e fala. E como fala. Mitifica o erro. Sempre. A mídia, no outro dia, levanta a polêmica. Discute, corrobora, verbaliza, aguça o debate e dá as manchetes. Torcedores seguem pelo mesmo caminho. Está armado o circo e feito o ciclo. Desnecessário.

Não há roubalheira, nem juiz ladrão, nem jogos comprados, nem teoria de conspiração alguma. Nem mesmo movimentos orquestrados. O que há, às vezes, são juízes caseiros e lances interpretativos, além do jogo político nos bastidores. Há falhas, também é verdade. Causa revolta às vezes, causa. Mas como é difícil chegar a um consenso na espinhosa questão. Um lance interpretado peço árbitro de uma forma, pode ser interpretado por você de maneira diferente. É um sistema falho, não há dúvidas. É desumano. Sobre-humano.

O que podemos discutir é se realmente queremos a entrada de novas tecnologias auxiliando a arbitragem. E aí entra a nova polêmica. Chip na bola (o mais viável), tira-teimas, replays, linhas de impedimento computadorizadas, dois juízes em campo, enfim tudo o que é possível. Nesse caso, transcenderíamos os limites do futebol como conhecemos e o concebemos hoje. E, tenho cá pra mim, seria uma perda inestimável para a emoção do esporte. Fica a dica.
*crédito da foto: Agência Reuters

3 comentários:

  1. daniel "hj tem timão" romero17 de março de 2010 às 12:06

    RAPAZZ.. QUE BELA MATÉRIA... SENSACIONAL PONTO DE VISTA.. EM RESUMO A EDUAÇÃO LÁ É DIFERENTE DA "EDUCAÇÃO" AQUI...
    FOI UMA MATÉRIA DIGNA DE UM "MOVIMENTO ORQUESTRADO" PARA LIMPAR A BARRA DA ARBITRAGEM BRASILEIRA DITO.... ahiuahaiaia
    abraço e parabéns aos santistas e suas conspirações e movimentos orquestrados por clubes contra sua superioridade e sua excelência futebolística!

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  2. É claro que não existe nada "formal" a fim de prejudicar um ou outro time. Mas é óbvio que quando se começa a focalizar muito determinada postura, pessoas (árbitros) sem personalidade, tendem a amolecer em suas interpretações. Isso de movimento orquestrado é bobagem, não existe isso, mas a partir do momento que há nos bastidores conversas neste sentido, o árbitro pode ficar pressionado e não ter a coerência exigida. Sou a favor de tecnologias para ajudar na arbitragem, o que pode tirar esta emoção a flor da pele da torcida, mas como tudo na vida, o futebol também tem que ser justo.

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  3. o edilson ladrao e o curintia q falam ate hj q nao ha roubalheira... kkkkkk... brasileirao 2005

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