quarta-feira, 30 de junho de 2010

MAIS RESPEITO QUE AMOR

* John Carlin, em coluna na Folha de hoje

SE VOCÊ NÃO É BRASILEIRO, não é tão fácil amar a seleção brasileira. Mas, seja você quem for, depois da demolição do Chile, você é obrigado a respeitá-la.Não pelo futebol-arte, mas por sua pura e simples potência. Um tsunami futebolístico arrastou os chilenos, que na noite/tarde de segunda pareciam fisicamente tão menores: 11 Gullivers contra 11 liliputianos corajosos, mas incapazes de reagir.

Os zagueiros e o goleiro brasileiros se parecem mais com jogadores de rúgbi do que de futebol, mas são velozes, ágeis e inteligentes também. E o que espanta nos três da frente -Kaká, Robinho e Luis Fabiano- é quão melhor eles jogam pelo Brasil do que jogaram na Europa no último ano. É como se a "Canarinho" tivesse sobre eles o mesmo impacto da capa de Superman sobre Clark Kent.

Kaká teve uma temporada terrível no Real Madrid, mas está parecendo muito mais feliz agora.Robinho fracassou na Espanha e na Inglaterra, deixando tristemente de corresponder à percepção que faz dele próprio como o maior jogador do mundo. Agora, porém, está voando. E Luis Fabiano, que parece o melhor atacante do mundo quando joga pelo Brasil, não é visto na Europa como nada de especial. Ele teve uma temporada razoável no Sevilla, mas nenhum dos clubes grandes expressou qualquer interesse em contratá-lo.

Um dos grandes méritos do Brasil, e também da outra seleção que está brilhando na Copa, a Argentina, é jogar sem medo. As grandes equipes europeias, a maioria das quais já foi eliminada, entraram em campo dando a impressão de estarem apavoradas com a perspectiva de perder -que seu objetivo maior e principal é evitar correr riscos. Foi quase possível sentir o cheiro do medo no ar quando Inglaterra e Itália jogaram. Quando a Espanha, a seleção tecnicamente mais bem dotada da competição, enfrentou o Chile na semana passada, seus jogadores pareciam coelhos assustados.

Os brasileiros estão jogando como leões ferozes.Os argentinos, como cães de caça famintos. Foi decepcionante perder a chance de ver Messi despedaçar os ingleses nas quartas (e de assistir a Maradona enlouquecer de alegria ao lado do campo), mas um duelo entre Argentina e Brasil será um banquete pelo qual o mundo esperará impaciente.

* O britânico JOHN CARLIN é colunista do diário espanhol "El País" e autor de "Conquistando o Inimigo", livro que inspirou o filme "Invictus".

NOTA DO BLOGUEIRO - Nesse caso, as cinco estrelas incontestáveis no peito fazem toda a diferença.

terça-feira, 29 de junho de 2010

QUE VENHA A HOLANDA!


O adversário era o mais ideal possível. E a proposta de jogo dele - a de vir para cima - facilitava ainda mais algo que já anunciava-se como fácil antes do jogo. Mesmo assim, pode-se dizer tudo do rival de ontem, menos que ele não teve coragem e ousadia para atacar. Marcelo Bielsa não tem o apelido de "El Loco" à toa. Ele acredita em suas convicções. E, caso seja preciso, morre com elas também.

Assim foi no jogo de ontem. O Chile de Bielsa acreditou que podia vencer. E ofereceu ao Brasil de Dunga, aquilo que possui de melhor, o contra-ataque. Erro fatal da equipe andina.

Em dois lances de perigo no primeiro tempo (além do chute torto de Luís Fabiano no começo do jogo), dois gols. Um de cabeça de Juan e outro da célere tríade brasileira Robinho-Kaká-Luis Fabiano em contragolpe mortal. A partir daí foi só questão de ver o tempo passar. Atordoado, o Chile nada pôde fazer a não ser sucumbir à superioridade verde-amarela.

Ainda no começo do segundo tempo, Ramires que entrou não apenas bem, mas muito bem na vaga do machucado Felipe Melo, fez jogada brilhante e tocou para Robinho fuzilar de primeira. Era o fim do sonho e da utopia chilena. Era a constatação de que o futebol pentacampeão mundial, mesmo não tendo um time empolgante, é infinitamente melhor que a melhor seleção chilena em décadas.

O Chile se foi. Que venha agora esta pragmática e sempre perigosa Holanda. Será jogo para ninguém botar defeito.

DESTAQUES INDIVIDUAIS

Lúcio e Juan - Dois monstros que se completam na defesa. Um com o vigor, o outro com a técnica.

Ramires - A melhora na saída de bola é algo nítido com ele em campo.

Robinho - Um contragolpe puxado e um gol. O homem do jogo.
* Crédito da foto: Agência France Press

sábado, 26 de junho de 2010

SOMENTE AOS GRANDES, A GLÓRIA!!!


Chegamos enfim ao que interessa no Mundial, o mata-mata. Dezesseis países representados por cinco sul-americanos e dois norte-americanos, além de apenas seis europeus (em 2006, na Alemanha esse número era de dez seleções), duas surpresas asiáticas e apenas um africano. As ausências mais sentidas ficam por conta de Itália e de França. E porquê não, incluir os donos da casa sul-africanos?!?!

Mas enfim, uma Copa do Mundo não é feita para fracos e medrosos. Só se ganha um Mundial sem medo. Não há mais espaço para murmúrios e lamentos. É matar ou morrer em solo africano.

Por isso é bom uruguaios e paraguaios abrirem os olhos diante dos surpreendentes e ofensivos asiáticos. Ainda que não tenham a tradição que tanto se preza - e pesa - em Mundiais. Assim como também é constatação de que a equipe uruguaia deva ser respeitada não apenas por sua história - e seus dois títulos mundiais - dessa vez. O futebol, após décadas de ausência, também ressurgiu na intransponível equipe Celeste.

Já Gana tem chances para reviver Camarões em 1990, quando os africanos liderados por Roger Milla só pararam nas quartas de final. O duelo deve ser equilibrado diante dos EUA, outro país em ascensão. Diferentemente dos sempre perigosos holandeses, favoritíssimos no duelo contra os eslovacos.

Nos outros quatro jogos restantes, dois clássicos europeus e dois confrontos de características interessantes entre americanos.

Do lado europeu, um tira-teima da polêmica batalha de 1966 que deu o primeiro - e único - título aos inventores do futebol. Nesse caso, a renovada e surpreendentemente ofensiva Alemanha não pode abdicar ao que se propôs nesta Copa. Pois só assim sairá vencedora no duelo contra esta superestimada Inglaterra, abaixo da crítica até agora.

No outro confronto do Velho Continente, um clássico histórico entre Espanha e Portugal. E se este é um clássico de valor histórico, nada mais justo que ele seja realizado na Cidade do Cabo. Mas se cinco séculos atrás, a esquadra espanhola perdeu a batalha pelo "cabo da Boa Esperança", dessa vez terá tudo para contornar a expedição lusitana em terras africanas.

Fechando as oitavas, dois jogos entre seleções americanas. E dois duelos que envolvem fregueses antigos para Brasil e Argentina. Os ofensivos México e Chile terão que jogar como nunca antes em sua história, para só assim não perderem como sempre.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

COPA AMÉRICA EM TERRAS AFRICANAS???

O primeiro europeu a deixar o Mundial havia sido a França. Ontem, foi a vez de Inglaterra e Alemanha passarem por sufoco danado para conseguirem a classificação em seus grupos.

E eis que hoje, aconteceu a grande decepção dessa primeira fase da Copa. A Itália deixou seu "arrivederci" antecipado de maneira melancólica. Ironia ou não do destino, campeã e vice em 2006, Itália e França reescreveram a história das Copas e sucumbiram sem brilhar em momento algum na África. A decepção é tamanha que os jornais locais trataram de qualificar a desclassificação como vergonhosa.

Em contrapartida, já temos ao menos quatro sul-americanos garantidos (ou seis americanos, se incluirmos EUA e México) nas oitavas. Isso com a ressalva de que os quatro passaram de maneira absoluta, sem grandes sustos (apesar do empate paraguaio hoje, não houve ameaça neo-zelandesa em momento algum da partida).

Como se não bastasse o mau agouro europeu, logo de cara um mata-mata que eliminará mais um dos grandes do Velho Continente. Alemanha e Inglaterra duelam para ver quem avança às quartas, com ligeiro favoritismo germânico. Quem passar, provavelmente irá encarar a Argentina de Diego Maradona, favoritíssima no duelo diante dos mexicanos.

A Espanha que se cuide na tarde de amanhã. O belo Chile de "El Loco" Bielsa não veio a passeio.

EM TEMPO - O contraponto europeu é a Holanda do recuperado Robben e de Snejder, 100% na primeira fase.

É COPA! E NADA MAIS IMPORTA

ENFIM, A ESSÊNCIA DE UM MUNDIAL QUE SE PREZE


Havia quem estivesse reclamando da falta de emoção nos primeiros jogos da Copa. "Jogos chatos, sonolentos", diziam-me eles. Alguns propuseram até mesmo um boicote à Copa, tamanha era a empáfia que alguns sentiam com os jogos. Sandice sem tamanho.

É verdade que as estreias também não haviam sido lá muito atraentes e ou animadoras. À exceção da atuação avassaladora da Alemanha contra Austrália e do bombardeio argentino diante da Nigéria. Mas uma estreia sempre tem peso dobrado, triplicado até, porque qualquer derrota pode colocar os planos de quatro anos correnteza abaixo. A Espanha, na iminência de um jogo que deveria ser de definição de primeiro lugar e não de classificação, está aí para comprovar isso.

Pois bem, eis que aí findaram-se as duas primeiras rodadas e o quê estamos vendo nesta rodada final?!?! Emoção, em sua máxima essência .

A começar pelo grupo A, onde uruguaios e mexicanos fizeram um jogo que de compadre não teve absolutamente nada e fez com que os africanos pudessem - ao menos por alguns instantes - crer na classificação épica.

Já no B, a Argentina apenas tratou de mostrar aos gregos que mesmo seu time reserva é infinitamente melhor que o melhor time grego. Até mesmo aquele venceu a Eurocopa, para assombro geral do planeta em 2004. No outro jogo da chave que definiu a Coreia classificada, a Nigéria cansou de perder gols que lhe daria a épica classificação e eliminaria os asiáticos.

Mas as melhores emoções ainda estavam reservadas aos grupos C e D - com uma classificação heróica dos americanos nos acréscimos. Sobrou para a Eslovênia que acabou o jogo classificada - mesmo perdendo para o English Team -, mas em questão de segundos teve o amargo sabor da volta antecipada para casa.

Já no D, ao menos a esperança e a alegria africanas estarão representadas em Gana nas oitavas. A exemplo do que ocorreu em 2006, na Alemanha, os ganeses serão os únicos do continente a avançar de fase. E foi por pouco, muito pouco (questão de centímetros) que a Sérvia não roubou a vaga dos africanos. Até mesmo gol anulado teve.

Hoje é a Itália quem deve passar bocado de apuros para avançar de fase diante da Eslováquia. Já os paraguaios têm tudo para sacramentar o primeiro lugar do grupo. Escapando assim da sempre difícil Holanda. Isso sem falar em Dinamarca e Japão, embora um jogo sem tradição, mas também de decisão.

Amanhã, Brasil e Portugal duelam para definir o primeiro lugar do grupo, ainda sem saberem quem - e se alguém deles - pegará a Espanha. Seleção espanhola que aliás, terá um jogo duríssimo pela frente diante deste belo - e diferente - time chileno montado por Bielsa.

Sei não, mas tenho cá pra mim que neste momento do Mundial ninguém mais anda falando em falta de emoção. Pelo contrário.
* Créditos das fotos: Agência Reuters

quarta-feira, 23 de junho de 2010

À FLOR DA PELE


* Dunga já traçou seu discurso e a vertente dele é uma só – patriotismo. O treinador refugia-se na veia utópica para conclamar o apoio do povo brasileiro à sua seleção. Mas tropeça ao não conceder a esse mesmo povo, um mínimo possível de contato que seja com seus comandados. Falta-lhe sensibilidade ao conduzir a situação.

No domingo, até mesmo gritos de “Argentina” puderam ser ouvidos no Centro de Treinamento do Atlético –PR, local onde a seleção está concentrada. Além de xingamentos hostis direcionados ao próprio treinador. Inimaginável, tamanho desdém com um dos maiores patrimônios nacionais (talvez o maior), às vésperas do embarque para a África. Acuado, Dunga se viu obrigado a abrir o treino aos torcedores e seus jogadores puderam distribuir os primeiros acenos àqueles pelos quais “lutarão” na Copa.

A história nos prova que objetivos traçados no esporte tornam-se muito mais fáceis quando se tem o apoio e o clamor popular. Orgulhoso e pretenso, Dunga aparenta buscar o contrário. Fechado com seus comandados, o treinador bate na tecla do “comprometimento, união, grupo”. E isola-se cada vez mais. Em contrapartida, ganha antipatia crescente em todo o país, como comprova pesquisa Datafolha divulgada hoje.

O treinador cita o exemplo da farra de Weggis, na Suíça, na preparação de 2006. Apóia-se nela para distanciar o povo de sua seleção. Seu discurso já impregnou na cabeça dos jogadores, o Brasil vai para a guerra. Contra tudo e contra todos.

Dias atrás, Felipe Melo respondeu de maneira irônica, agressiva até, sobre qual seleção é mais lembrada, a de 82 ou a de 94. Talvez para ele, que não sabe quase nada - nem mesmo a respeito da seleção de 70 (a exemplo de outros do atual grupo), o futebol brasileiro seja apenas lembrado por resultados. Não é e a própria imortalidade da seleção de 82, quase 30 anos depois da tragédia do Sarriá, está aí para comprovar isso.

A seleção que embarca nesta semana para a África não sairá daqui nos braços do povo. Pelo contrário. Resta saber como voltará. E, mais importante ainda, qual será a postura de seu comandante-mor caso ele volte com a taça. Provalmente não será a de afagos, e sim a de impropérios.
* Esse post foi escrito há exatos 30 dias atrás. Qualquer semelhança com o atual momento do treinador brasileiro é mera coincidência.....

EM TEMPO - Na verdade, este blogueiro optou pela republicação do post por um simples motivo, causa de enorme desconfiança minha desde os amistosos que a seleção disputou na preparação para a Copa. Os jogadores cederam ao discurso de seu treinador e, de quebra, impregnou-se o nervosismo em campo e também fora dele. Um caminho perigoso, desnecessário.

Claro que nada apaga a bela apresentação no domingo, diante da Costa do Marfim. Mas as atitudes do treinador após o jogo e também no episódio fatídico da coletiva de imprensa não podem passar despercebidos. Dunga foi à guerra, mas escolheu os inimigos errados para metralhar.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

AVISO AOS NAVEGANTES

Este blogueiro encontra-se em fechamento de jornal e ainda por cima, num mês pra lá de complicado. Razões pelas quais as atualizações andam rareadas em junho. Mas amanhã, com o jornal do mês sendo fechado, as atenções voltar-se-ão somente ao blog.
A partir daí, dá-lhe Copa do Mundo.
Abraços a todos.
PS: Inclusive ao Dunga.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

MELHORAR É URGENTEMENTE PRECISO....


Não houve samba, nem festa, nem inspiração, muito menos futebol bonito. Tampouco transpiração em campo, algo que seria de se esperar ao menos. Pelo contrário, o Brasil foi para o intervalo no Ellis Park sob vaias. Até aquele momento, uma atuação medíocre, sofrível, diante da fraca Coreia do Norte.

Que melhorou no segundo tempo, também é verdade. A ponto de quase golear a fechada - sob vários aspectos - seleção asiática. Goleada que, por sinal, soava como iminente momentos antes do início do jogo. Mas no fim, um gol deixou a vitória com sensação amarga, desalentadora. E levantou dúvidas sobre todos os brasileiros. No caso de alguns, ainda mais dúvidas.

O Brasil possui uma equipe, mas falta-lhe o talento, a criatividade ofensiva. Irônico, não?!?! Se nossos volantes de contenção não conseguem sair pro jogo diante de uma fraca Coreia, o quê nos aguarda então quando jogarmos contra adversários de peso?!?!

Kaká, sem ritmo, é apenas um rascunho do grande jogador que foi (ou ainda pode, novamente, vir a ser). Michel Bastos, pela esquerda, é uma avenida em potencial. Sobrecarregado, Robinho tem de assumir várias funções dentro de campo. Sem criação efetiva, a bola pouco chega em um apagado Luis Fabiano. O que nos resta é apegar-se ao bom desempenho defensivo do trio da Inter de Milão. Ou ainda na boa estreia de Elano.

Alguns dirão que é o peso da estreia. Outros valerão-se da lembrança de estarmos tendo dificuldades contra seleções modestas e irão escorar-se no bom aproveitamento de Dunga à frente da seleção. O que também é inegável.

Este blogueiro prefere a terceira opção - a de que algo, simplesmente, não vai bem. Esperemos os dois próximos jogos. Mas enfim, evoluir é preciso.....
* crédito da foto: Agência Reuters

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ESPECIAL; GRUPOS DA COPA II


GRUPO E - O ESTIGMA HOLANDÊS

O grupo E reúne algumas peculiaridades interessantes. Primeiro, a sina holandesa de contar com excelentes gerações, mas que sempre falharam em momentos decisivos nos Mundiais. Foi assim em 74 e 78 quando a Holanda foi duas vezes vice e também em 94 e 98 quando o selecionado laranja parou diante do Brasil. Em 2010, é a oportunidade holandesa de se redimir com outra equipe de futebol vistoso e ofensivo. Resta saber se Robben, Sneijder, Van Bommel e companhia conseguirão quebrar a escrita.

Completam o grupo, a Dinamarca que em nada lembra a Dinamáquina de 86 ou o bom time ofensivo de 98, o pior Japão dos últimos anos e também um decadente Camarões. Ainda que conte com Samuel Eto'o.

PALPITES; QUEM PASSA - Holanda e Camarões. Dinamarca também briga com os africanos.

APOSTAS INDIVIDUAIS - Os holandesdes Sjneider e Robben, desde que recuperado. Eto'o também pode desequilibrar, embora não consiga render pela seleção o mesmo que apresenta nos clubes. Bendtner da Dinamarca trava duelo particular com o africano para ver qual seleção fica com a segunda vaga.

GRUPO F - FAVORITA, MAS NEM TANTO

A Itália chega envelhecida ao Mundial. Apesar da tradição e de chegar como atual campeã mundial, a Azurra chega totalmente desacreditada. Mas é a Itália e se há uma coisa da qual não se duvida em Copas, é da força italiana. Paraguai e a técnica Eslováquia brigam pela segunda vaga, enquanto Nova Zelândia deve se contentar em ter caído numa chave com equipes não tão ofensivas. As goleadas, nesse caso, devem ser menores.

QUEM PASSA - Itália, como sempre em primeiras fases, passa aos trancos e barrancos. Eslováquia é candidata a surpresa. Já o Paraguai terá de jogar muito para superar os estreantes em Copas.

APOSTAS INDIVIDUAIS - Iaquinta e Marchisio pelo lado italiano. O argentino Lucas Barrios (naturalizado paraguaio) e Roque Santa Cruz são os destaques paraguaios. Olho também no eslovaco Hamsik, o craque do time.

GRUPO G - GRADUAÇÃO PARA ALGUNS, HEGEMONIA PARA OUTROS

Um grupo com três ótimas seleções. Que reúne três dos melhores jogadores da atualidade - Kaká, Drogba e Cristiano Ronaldo. O Brasil não encanta e isso é notório. Mas possui conjunto, eficiência, disposição tática e lampejos do talento que sempre cercam nossa escola. É favoritíssimo, ao lado de Espanha e Argentina.

Por outro lado, portugueses e marfinenses possuem belos jogadores (alguns excepcionais até), mas ainda resta se encontrarem como equipe coletiva. Coreia do Norte também deve desempenhar bem o seu papel de coadjuvante - mera figuração e treino para o poder ofensivo de seus adversários. Um bom teste de marcação, também há de se lembrar.

QUEM PASSA - Brasil e mais um. Portugal e Costa do Marfim duelarão pela segunda vaga já no jogo de estreia. Duas seleções que dependem diretamente do desempenho e da inspiração de seus astros. E algo me diz que a briga será decidida no saldo de gols. A conferir.

APOSTAS INDIVIDUAIS - A tríade brasileira Kaká (embora ainda longe de seu melhor momento), Robinho e Julio César. Kalou e Drogba pela seleção africana. Sem Nani por Portugal, Ronaldo fica só.

GRUPO H - HARMONIA E HABILIDADE ESPANHOLA POSTAS À PROVA

A Espanha nunca foi tão favorita como agora. E ostenta essa posição com merecimento, também é verdade. Afinal, a Fúria possui o melhor meio-campo do mundo hoje. E dois atacantes de respeito. Pouca gente ousa discordar disso. Mas, como sempre, é a Espanha - única grande escola a ainda não ter um Mundial em sua galeria.

Suíça e Chile brigam pelo segundo lugar. Muitos apontam o frio time europeu (em todos os sentidos) como o mais credenciado para ficar com a vaga. Este blogueiro vai na contramão e fica com os sul-americanos comandados por "El Loco" Bielsa. O futebol como um todo, certamente, é quem agradece. Honduras deve contentar-se com o fato de estar na Copa. Só esse fator, já é um baita motivo de comemoração.

QUEM PASSA - Espanha, certamente. Pela segunda vaga, Chile chega com mais força, embora os suíços apostem no seu forte poder de marcação. Será um duelo interessante.

APOSTAS INDIVIDUAIS - Torres, Xavi e Iniesta querem provar que o Fúria pode desbancar a escrita e avançar à final. O chileno Suazo e o suíço Alexander Frei serão os incumbidos de marcarem os gols no duelo direto entre as duas seleções.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

RETORNO DIGNO DAS ARENAS ROMANAS!


Os palmeirenses estão eufóricos como há tempos não se via. Esperançosos com novos tempos. Não é para menos. A chegada de Kléber, um dos três melhores atacantes em atividade hoje no país, pode mudar o baixo astral que ronda o clube desde a reta final do Brasileiro de 2009. Não só pode como deve.

Kléber foi atirado à arena repleta de leões. Mas não tenham dúvidas, ninguém melhor do que ele para poder enfrentá-los. Os alviverdes sabem disso. Por isso, tamanha euforia na apresentação do atacante.

Fora isso, Kléber possui história com a camisa palestrina. Uma bela história, frise-se. Com ele, os palmeirenses viram sua última glória, na conquista do Paulista de 2008.

Se há um fato novo na chegada do atacante é o de dar novos ânimos a esse combalido Palmeiras. Ainda não é somente o que se espera para a grandeza alviverde, mas já é um caminho. Certamente as tardes de domingo não serão mais tão desinteressantes ou entediantes para os palmeirenses. Há luz no fim do túnel. Ah sim, e ela é verde.
* Crédito da foto: Agência Lancenet!

ESPECIAL - GRUPOS DA COPA I


GRUPO A - EM ABERTO

O grupo mais embaraçoso do Mundial. Nem tanto pela qualidade técnica, e sim pelo fato de que qualquer um dos quatro países pode avançar. Afinal, a chave reúne nada mais nada mais nada menos do que dois campeões mundiais - Uruguai e França, além dos donos da casa (que em todas as edições do Mundial avançaram ao menos à próxima fase) e do eterno promissor México - a maior potência da Concacaf.

PALPITE; QUEM PASSA
- O grupo mais incerto será definido nos detalhes. Nenhuma das quatro seleções passará de maneira tranquila, absoluta. A França, mesmo com a melhor equipe, é quem passa pelo pior momento. E pode repetir 2002, quando caiu já na primeira fase. Este blogueiro vai de Uruguai e África do Sul. Meio hesitante, mas vai. A França de Ribéry briga com os anfitriões.

APOSTAS INDIVIDUAIS - Diego Forlán - Uruguai. Pienaar da África e também o mexicano Giovanni dos Santos.

GRUPO B - DE BABA

Uma chave teoricamente fácil para nuestros hermanos. A envelhecida Grécia, a enfraquecida Nigéria (sem o brilho dos anos 90) e a desguarnecida Coréia do Sul não serão páreas para a Argentina, que deve classificar-se em primeira e sem grandes sustos. Resta saber se Maradona encontrará a formação ideal para que Messi atinja o desempenho esperado e desfile seu futebol de melhor do mundo em terras africanas.

PALPITE; QUEM PASSA - Argentina e mais um. No caso, Nigéria ou Grécia com mais chances para os africanos.

APOSTAS INDIVIDUAIS - Lionel Messi - Argentina e Obafemi Martins - Nigéria.

GRUPO C - DE CLASSIFICAÇÕES CERTEIRAS

O English Team é apontado como um dos grandes favoritos neste Mundial. Inclusive por este blogueiro, embora por outro lado, o mesmo também acredite que deva ficar mesmo entre os quatro, no máximo. Mas a melhor geração inglesa desde 1966 tem tudo para fazer um belíssimo Mundial. Ainda mais depois da chegada do vitorioso Fábio Capello. E logo na estreia, o jogo que deve definir a primeira colocação do grupo, ingleses e americanos enfrentam-se em duelo para ver quem escapa da Alemanha nas oitavas.
Já Argélia e Eslovênia devem mesmo ficar com a parte figurativa do grupo. Apesar de terem eliminados Egito e Rússia na repescagem em seus respectivos continentes.

PALPITES; QUEM PASSA - Inglaterra e Estados Unidos.

APOSTAS INDIVIDUAIS - Mesmo ainda cambaleante, Wayne Rooney e Frank Lampard. E o americano Landon Donovan.

GRUPO D - DE DIVERSIDADE

Outro grupo aberto no Mundial africano. Se os alemães possuem a sua habitual experiência, tradição e frieza em Copas, as outras três seleções - Austrália, Sérvia e Gana - igualam-se pela falta de tradição e de camisa em Mundiais. E aí a segunda vaga fica aberta. Em 2006, os australianos surpreenderam no grupo do Brasil e ficaram com a segunda vaga. Dessa vez, me parece que não seja este o caso. O bom futebol sérvio e a força africana saem na frente da disputa.

PALPITES; QUEM PASSA - Alemanha certamente. E Gana ou Sérvia, pela ordem. Resta saber se os africanos superarão a perda de seu astro Essien.

APOSTAS INDIVIDUAIS - O líder alemão Schweinsteiger. Stankovic e Pantelic da Sérvia e Muntari de Gana também merecem a menção.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A IMAGEM FALA POR SI SÓ!


EM TEMPO - A bola em questão (sim, isso é uma bola) é a polêmica Jabulani.
* crédito da foto: Agência France Press

segunda-feira, 7 de junho de 2010

NO MELHOR ESTILO CAMINHONEIRO!

Frases de parachoque*

A Fifa deve ser um bom lugar para se trabalhar porque, aparentemente, não tem muito o que se fazer por lá. Ou vá me dizer que certas bobagens não são frutos do ócio?
A última – e acho que não é tão última assim, porque se não estou enganado já aconteceu na copa passada – é a ideia de que todos os ônibus utilizados pelas seleções no mundial, devem ter frases de incentivo escritas em suas latarias.
Depois, pedem a sei-lá-quem para criar essas frases e o resultado vai do original “Vamos, Suíça”, passando pelo enigmático “Chutando ao estilo Kiwi” até o tocante “Lotado! O Brasil inteiro está aqui dentro!”.
Porém, já que a bobagem está escalada para entrar na Copa, é hora de dar uma força, e ficam aqui sugestões mais adequadas aos ônibus de todas as seleções:

África do Sul: Futebol aqui é preto no branco.

Alemanha: A caneca é nossa!

Argélia: Sem essa de nadar, nadar, nadar e morrer nas dunas.

Argentina: Gracias, Dunga.

Austrália: Tirando onda dos adversários.

Brasil: Um ônibus, 10 volantes.

Camarões: Um time meio sem cabeça, mas cheio de pernas.

Chile: Um país inteiro tremendo de esperança.

Coreia do Norte: Vamos bombar nesse mundial!

Coreia do Sul: Vamos nos matar em campo. Mas se o jogo for contra a Coreia do Norte, matamos eles.

Costa do Marfim: Vamos, Elefantes! E ai de quem trombar com a gente.

Dinamarca: Ficaremos com os louros da vitória.

Eslováquia: Perdemos a Tcheca, mas não perdemos a honra.

Eslovênia: Pela milésima vez, não temos nada a ver com a Eslováquia.

Espanha: Não vamos fazer feio: convocaremos a Penélope Cruz.

Estados Unidos: Ê ô, ê ô, o Osama é um terror.

França: Desodorantes podem estar vencidos, o time nunca.

Gana: Gatos em pele de leões.

Grécia: Chuto, logo existo.

Holanda: Ônibus ecológico: fumaça só do lado de dentro.

Honduras: Em busca de um sonho. Ou pelo menos de um presidente.

Inglaterra: Chá com a gente.

Itália: A Copa do Mundo é massa.

Japão: A gente caberia numa van, né?

México: Se buscamos nosso lugar ao sol, porque temos que usar esses malditos sombreros?

Nigéria: Vamos tirar a barriga da miséria.

Nova Zelândia: Mas que diabos da tazmânia estamos fazendo aqui?

Paraguai: Copa do Mundo por apenas R$ 1,99.

Portugal: Seremos campeões em plena Ásia!

Sérvia: Vai dar Zebracovic.

Suíça: Vamos dar um chocolate neles.

Uruguai: Gaúcho é a mãe, tchê.

Ah!, e aproveite que você está aí sem fazer nada (senão não estaria lendo esse texto) e dê a sua sugestão também aí nos comentários.

*Rafael Klein é publicitário.

ATÉ JULHO, BRASILEIRO!


Uma primeira etapa animadora para alguns. E desoladora para outros. O Brasileiro, que agora ficará de molho por quase quarenta dias, teve um ótimo começo para os dois únicos invictos restantes, Ceará e Corinthians (nessa ordem mesmo). Até porque era inimaginável retorno tão triunfal como tem sido este do clube nordestino. E há de ser louvado sim, porquê não?!? Ainda que não deva ser algo duradouro.

Já os paulistas curaram com vitórias a ressaca da eliminação precoce na Libertadores e devem figurar entre um dos candidatos ao título. Mas agora terão de lidar com a temida abertura do mercado europeu que deve fazer estragos já anunciados no Parque São Jorge. Resta saber de que tamanho.

Um início esperançoso também para o carioca Fluminense, que tenta repetir 1984 e deve animar-se ainda mais no retorno da competição com a chegada de alguns reforços. O Santos, que teve o melhor primeiro semestre dentre todos os grandes, fecha o G-4 nacional com 12 pontos. E ganhou um descanso merecido para seus garotos.

Um bom começo também para os paulistas Guarani e São Paulo. O Tricolor aguarda o desfecho da Libertadores para saber suas reais pretensões na competição, enquanto o Bugre somou pontos importantes para afastar-se da zona de perigo. Destaque ainda para a bela recuperação do Goiás de Leão, o último a pontuar em 2010 e que já vem de três vitórias consecutivas.

Na parte de baixo, um começo arrepiante para os três Atléticos, o mineiro, o paranaense e o goiano. E também o Vasco, que já se vê assustado novamente com o fantasma do rebaixamento em São Januário.

Alguns dizem que o Brasileiro é composto de três partes, algo que não deixa de ser verdade. Mas em anos de Copa do Mundo, a competição nacional ganha uma quarta etapa - aquela que antecede o Mundial. Depois temos as finais das competições do primeiro semestre, na sequência a devastadora janela de transferências que finda-se em agosto e por fim, o emocionante segundo turno.

É só o começo, mas já temos indícios do que cada um pode e deve fazer no Brasileiro. Mas agora, por ora, é hora de Copa!!!
* Crédito da foto: Editoria de Arte GloboEsporte.com

quarta-feira, 2 de junho de 2010

APENAS UM TREINO DE LUXO EM HARARE


Um amistoso que serviu a seu propósito, movimentar os jogadores. Um simples treino mesmo. E que valeu também pela boa atuação do curinga Júlio Baptista e pelo golaço de Michel Bastos.

E sim, este blogueiro concorda com a iniciativa de jogar contra países de menor expressão. Não é hora de expor-se mais que isso, até pelo risco de lesões.

O vexame ficou por conta da bisonha execução do hino nacional. Além, é claro, de curvar-se a um ditador como o é Robert Mugabe.

Quem também ri à toa, mesmo com a derrota de Zimbábue, é o tirano que conseguiu trazer o jogo para seu país. A Copa acabou para eles. Para nós, é apenas o começo.
* Crédito da foto: Agência Reuters

ÉPOCA DE COPA!

Extra leva seu recado para a seleção brasileira*
Rede está reunindo os recados dos colaboradores e internautas em livro para incentivar nossos jogadores na Copa do Mundo

O Extra, patrocinador oficial da seleção brasileira, quer proporcionar aos seus clientes uma sensação única em ano de Copa do Mundo: a possibilidade de mandar uma mensagem para a nossa seleção antes do início do maior campeonato de futebol do planeta. As melhores frases de incentivo e apoio para os jogadores enviadas via Twitter serão recolhidas até o dia 2 de junho e reunidas em um livro que será enviado para a seleção.

Os colaboradores do Grupo Pão de Açúcar também terão um espaço reservado no livro destinado a equipe. “O livro foi criado com o objetivo de levar ao time mensagens positivas dos brasileiros e do Grupo Pão de Açúcar e mostrar que estaremos aqui torcendo por mais um título brasileiro. O Extra, desde novembro, promove ações para reforçar a torcida pela seleção e o livro é mais um resultado desse trabalho”, afirma a Diretora executiva, Sylvia Leão.

Os internautas poderão enviar suas frases e acompanhar a construção do livro colaborativo dentro do portal que o Extra criou para o evento, www.torcidaextra.com.br/LivroDaSelecao/Default.aspx, com a divisão de temas de incentivo por capítulos.
* Post a pedidos
** Crédito da foto: Agência France Press

terça-feira, 1 de junho de 2010

A GRANDEZA DAS MASSAS!


O diário Lance! divulgou hoje estudo detalhado sobre a evolução das torcidas de clubes brasileiros. O resultado, feito em parceria com Ibope, não chega a ser nenhuma novidade. Mas também nos fornece alguns indícios do que está por vir, como o crescimento dos clubes nordestinos - uma excepcional notícia para o futebol brasileiro.

Confira os números absolutos e percentuais

Flamengo - 33,2 milhões / 17,2%
Corinthians - 25,8 milhões / 13,4%
São Paulo - 16,8 milhões / 8,7%
Palmeiras - 11,6 milhões / 6%
Vasco - 7,9 milhões / 4,1%
Grêmio - 7,7 milhões / 4%
Cruzeiro - 6,8 milhões / 3,5%
Santos - 5,2 milhões / 2,7%
Atlético-MG - 5 milhões / 2,6%
Internacional - 4,8 milhões / 2,5%
Sport - 3,3 milhões / 1,7%
Botafogo / Bahia / Fluminense - 3,1 milhões / 1,6%
Vitória - 2,3 milhões / 1,2%
Fortaleza - 1,5 milhão / 0,8%
Ceará / Santa Cruz - 1,2 milhão / 0,6%

Entre o índice de rejeição pelas demais torcidas, o Corinthians é o que tem o maior percentual, com 21%. Seguido por Flamengo com 16 pontos, Palmeiras 14%, Vasco 13% e só depois o São Paulo com 11%.
UPDATE: A margem de erro do levantamento é de 1,2 ponto para baixo ou para cima. Foram ouvidas mais de sete mil pessoas.