O PROJETO MORUMBI-2014 PERDE FORÇA

Após o anúncio das cidades-sedes e a confirmação de São Paulo como um dos locais que irá abrigar o Mundial de 2014, o projeto Arena Morumbi vira o pivô momentâneo da disputa pelo jogo de abertura da Copa. Belo Horizonte e Brasília também querem o posto e prometem briga dura. A questão aí não diz respeito apenas ao jogo de abertura e sim à possibilidade de, consequentemente, sediar os jogos da fase de grupos da Seleção Brasileira. Nas últimas Copas a Fifa tem utilizado o critério de que o país-sede faça o jogo de abertura.

Mas o problema é que o dilema iminente do estádio paulistano não fica restrito apenas a essa questão. Nos bastidores o projeto Morumbi-2014 perde força a cada dia. O relatório do Comitê Executivo que vistoriou as cidades, os estádios e seus projetos, aponta o Morumbi como o pior estádio da Copa (pasmem!). É isso mesmo caros internautas.

E o bombardeio de críticas vem de todos os lados. Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e O Globo (para ficar apenas nos três maiores jornais do país) publicaram matérias repercutindo a desqualificação do estádio são-paulino perante o Comitê da Fifa.

Segundo o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme-Valcke, as críticas ao estádio direcionam-se principalmente às áreas reservadas para a imprensa, aos vestiários, aos pontos-cegos nas arquibancadas e até mesmo nas reformas que seriam feitas. Outro ponto é com relação à capacidade do estádio, que pode ser reduzido para "apenas" 46 mil pessoas e não mais 62 mil como estava previsto pela diretoria Tricolor. O que inviabilizaria o jogo de abertura já que a entidade exige um local com 60 mil espectadores (no mínimo) para essa partida.

"Necessitamos encontrar uma solução para este estádio ou para a construção de um novo estádio. Mas, definitivamente, o Morumbi não atende a todos os requisitos que necessitamos", destacou Valcke em entrevista aos jornais brasileiros.

Em contrapartida, a construção de uma nova arena paulistana ou até mesmo paulista (no caso em Campinas, o plano C) ganha força. A disputa política também é um fator que merece ser destacado. Nos bastidores, CBF e Federação Paulista de um lado e governo estadual e diretoria são-paulina de outro, tentam se entender.

OUTRO LADO

A direção são-paulina, acuada, tratou de tentar reverter a situação. Tanto que já foi até atrás de um novo projeto de arquitetura para sua arena e deve apresentá-lo em breve ao Comitê. O dirigente são-paulino, Carlos Augusto de Barros e Silva, em entrevista divulgada agora há pouco pelo site UOL (* por volta das 16 horas), classificou como "descabidas" as informações veiculadas pelos jornais. E tratou de acalmar os ânimos.

"O São Paulo não recebeu qualquer comunicado da Fifa falando sobre falhas no projeto ou sobre pontos do projeto que não estariam cumprindo qualquer tipo de exigência. Não existiu nada disso e, claramente, quem planta essas notícias em jornais tem o claro objetivo de nos desestabilizar", rebateu o dirigente.

OPINIÃO DO BLOG

As desavenças políticas tem influído diretamente sobre as críticas ao projeto são-paulino. Interesses levianamente obscuros. Enquanto a briga pela adequação do estádio ultrapassa os bastidores e os limites do aceitável, quem está rindo à toa é Belo Horizonte. E, claro, Aécio Neves.

OBS: Quanto ao título do post (já me adiantando a possíveis críticas), parece-me claro que o projeto perde força (quando contextualizadas e confrontadas as informações). Nada, no entanto, que não seja possível de se reverter...

Fontes: Estado de São Paulo, O Globo, UOL e Folha de São Paulo.

crédito da foto/animação: Divulgação SPFC.