CRUZEIRO FRUSTRA SONHO SÃO-PAULINO

O jogo começou a ser definido antes mesmo de começar. Muricy surpreendeu e deixou Hernanes e J. Wagner no banco, escalando Marlos e Richarlysson. A intenção era dar velocidade ao time e repetir a ótima atuação ante o mesmo Cruzeiro em jogo válido pelo Brasileiro, há duas semanas. Uma 'ousadia' de Muricy que não surtiria o efeito desejado. Já o time mineiro teve mais um desfalque de última hora. Lesionado, Fabrício deu lugar a Elicarlos no meio.

O JOGO

Quando se esperava uma pressão são-paulina no começo, o que se viu foi uma postura completamente diferente em campo. O time de Muricy não pressionava, não criava e não assustava o Cruzeiro. As mesmas e já batidas jogada aéreas. E só. Enquanto isso o time mineiro começava a gostar do jogo e tentava algumas triangulações pelo meio. O jogo era morno (no máximo), insosso até. Tudo aquilo que os mineiros queriam.

Mas, a partir dos 30, a partida começou a esquentar. O time paulista conseguiu alçar umas bolas com mais perigo na área cruzeirense. Nada, no entanto, que chegasse a assustar o goleiro Fábio. A partir daí o Cruzeiro resolveu adiantar a marcação no meio-campo. E o Morumbi, lotado, já ficava impaciente.

Aos 43 minutos, o lance crucial do jogo. Eduardo Costa recebeu o segundo amarelo e foi expulso (justamente, diga-se). E aquilo que estava bom pros mineiros, ficava ainda melhor.

No segundo tempo, Muricy, desesperado, partiu pro tudo ou nada. Não lhe restava opção. Hernanes e Dagoberto entraram nos lugares de Júnior César e Washington, completamente apagado na partida. O Cruzeiro, inteligentemente, aproveitava muito bem o jogador a mais em campo. E tocava a bola, deixando o tempo passar. E transferia ainda mais o nervosismo pro lado são-paulino. Já o time paulista tentava alguma jogada na base do abafa e da correria de Dagoberto. Nada, no entanto, que realmente assustasse.

PETARDO CELESTE

Até que aos 21, Henrique acertou um lindo chute de fora da área no ângulo de Denis, que nada pode fazer. Um golaço! A classificação cruzeirense se aproximava ainda mais. A partir daí o São Paulo se perdeu em campo. Nervoso, apático, previsível (além do costume, aliás).

O tempo foi passando e o Cruzeiro segurava bem a bola no ataque. Aos 35, depois de um bombardeio mineiro na área paulista, André Dias se jogou na frente da bola que tocou em seu braço. O árbitro marcou pênalti e ainda expulsou o zagueiro (confesso que até agora estou em dúvida no lance). Mas Kléber que nada tinha com isso, cobrou, fez 2 a 0 e decretou a classificação mineira. Justíssima e incontestável por sinal.

O São Paulo cai sem brilho e deixa para trás o sonho do tetracampeonato na competição sul-americana. A sina - negativa - de Muricy Ramelho em mata-matas persiste. Resta saber o tamanho da pressão que haverá quanto à saída do treinador mais vitorioso nos últimos anos no futebol brasileiro. A vida segue. A Libertadores, para o São Paulo, não mais.....

* crédito: Editoria de Arte / GloboEsporte.com