SANTOS, DE VOLTA À AMÉRICA!!!!

Não houve acaso, tampouco fatalidade. Nem mesmo aquela pressão insuportável que anunciava-se antes do jogo no Barradão, pela finalíssima da Copa do Brasil. Pelo contrário, passados os minutos iniciais, o Santos jogava tranquilamente em pleno caldeirão baiano e fazia a guerreira torcida do Leão se calar.

Verdade que, em alguns momentos, os donos da casa até ameaçaram estragar a festa santista. E quase inauguraram o placar em duas ocasiões. Uma delas em cabeçada de Júnior, a outra em chute de Schwenk. Se em condições normais já seria difícil, perdendo gols então.....

Mas aí, passada a pressão inicial, o Santos resolveu equilibrar a partida. E quase fez o seu, após belo passe de Ganso para Robinho, que por pouco não encontrou André dentro da área.

Não tinha jeito. O melhor ataque da história da Copa do Brasil teria que deixar ao menos mais um no Barradão. Um gol que, aí sim, daria enorme vantagem ao clube da Vila Belmiro.

E aos 44, Neymar fez um passe-cruzamento perfeito na área, na cabeça de Dracena. Sozinho, o zagueiro cabeceou forte, sem chance alguma para Viáfara. Explosão da minoria, mas eufórica torcida santista que bravamente foi até Salvador.

O título já tinha destino e seu destino seria a Baixada. Pela primeira vez em sua história. Era só questão de tempo.

Na segunda etapa, o Vitória partiu pro tudo ou nada. E ainda empatou aos 11, com Wallace. Um último sopro de esperança aos baianos ainda podia ser sentido no Barradão. O Vitória esboçou virar nos minutos seguintes, mas que nada. Era dia do Santos.

PH Ganso era um veterano de 30 anos em campo. Cadenciava, invertia, chamava o jogo. Robinho pedalava pela última vez neste seu retorno ao time praiano. E até elástico arriscava. Já Marquinhos parecia um legítimo volante, tamanha era a quantidade de bolas que o meia roubava.

Mas aí, aos 32, nova pane coletiva na defesa praiana e Júnior fez o segundo para os baianos. O sopro de esperança baiana virava um último respiro.

No desespero, Ricardo Silva colocou mais um atacante em campo - o quarto. Era tudo ou nada. Surpreendentemente, o Santos encolheu-se, a exemplo do que havia acontecido na final do Paulistão.

Àquela altura, o pesado campo do Barradão fazia estragos nos jogadores. Barradão que, por sinal, fazia jus a seu nome. Era um lamaçal só.

Mas aí o Santos tratou de cadenciar e esperar o tempo passar. Até que Simon pôs fim à partida e a torcida santista pôde, enfim, comemorar o primeiro título da Copa do Brasil de sua história.

A terceira geração de garotos da Vila, capitaneada por Ganso, Robinho e Neymar, iguala uma marca histórica só conquistada na era Pelé - dois títulos em apenas um ano. Para se ver o tamanho do peso desta conquista.

Três anos depois, o Santos - agora de Dorival Júnior - está de volta à América. Com todos os méritos. Afinal, 39 gols em uma única edição de Copa do Brasil não é para qualquer um. Aliás, só mesmo para o Santos.

Resta saber agora se o clube da Baixada dará o devido interesse ao Brasileirão ou preocupará-se mais - ou apenas - com a Sul-Americana. Este blogueiro fica com a segunda opção.
* Créditos das fotos: GloboEsporte.com