ROBINHO ENTRE DOIS SANTOS!

O futebol brasileiro está prestes a repatriar mais um de seus ídolos. O nome em questão é impactante - Robinho. Depois de uma passagem pela Europa que, se não chega a ser das mais brilhantes, também não pode ser considerada a frustração que muitos insistem em dizer por aí. Claro que esperava-se mais, muito mais, mas Robinho teve lá seus momentos de brilhantismo pelo Real e também, em alguns momentos, na primeira temporada que fez pelo City. Mas depois definhou no clube inglês (nesta que foi até então a contratação mais cara de um clube da Premier League) e não resta dúvidas (até a ele próprio) de que precisa mudar de ares.

Os brasileiros Santos e São Paulo estão na briga. Já o português Benfica também demonstrou interesse, mas corre por fora. O jogador quer o futebol brasileiro, quer voltar. Robinho pensa na Copa e, nesse caso, aqui é de fato a melhor opção para quem precisa recuperar o seu futebol.

O natural, e até ontem, o que tudo indicava era o retorno instintivo ao Santos, clube que o revelou e que já demonstrou enorme interesse em contar com o futebol do atacante por seis meses (que virariam apenas quatro, caso ele vá para a Copa). Mas o São Paulo entrou na briga e tem na manga a disputa da Libertadores para valorizar o jogador e depois repassá-lo novamente ao City que, ao que tudo indica, tentará vendê-lo futuramente.

Nos dois casos, Robinho terá que abrir mão de parte do salário que recebe hoje (em torno de R$ 1 mi líquidos). A proposta santista financeiramente é mais vantajosa. É também a que tem possibilidade de dar mais certo dentro de campo, embora o elenco tricolor seja mais forte que o santista.

No Santos, Robinho já chega com status de ídolo e terá mais facilidade de adaptação até mesmo em razão de seu passado com a camisa alvinegra. No São Paulo, o jogador terá um caminho mais duro, além de ter em seu encalço a sombra de Dagoberto, que é quem deve perder vaga caso a chegada de Robinho se confirme. Esquema por esquema, o do Santos também favorece a Robinho. O time de Dorival Júnior com Paulo Henrique e Neymar tem muito mais produção ofensiva do que a equipe de Ricardo Gomes com Washington e Marcelinho Paraíba e, provavelmente, com a volta dos três zagueiros.

O caminho mais curto, nesse momento delicado de sua carreira, parece-me ser a melhor opção. Há de lembrar que também não há tempo de sobra para sua recuperação. Resta a Robinho fazer sua escolha, embora ao City a projeção são-paulina seja melhor. E, tendo escolhido um dos dois clubes, o futebol brasileiro é quem agradece.

EM TEMPO- Não podia deixar passar em branco a manchete do caderno de Esportes da Folha de hoje. "No quarto jogo do ano, Palmeiras já está despedaçado". A manchete por si só, já dispensa comentários. Enfim, reforçar-se é urgentemente preciso.