O GRITO DA REDENÇÃO...

Havia um grito preso na garganta. O grito da redenção. Era o grito de uma torcida apaixonada, insana. Louca mesmo. E ele foi solto ontem diante de um Pacaembu lotado, abarrotado de gente fanática e que se orgulha de mostrar toda sua devoção. Uma verdadeira religião.

Uns choravam, outros berravam, e todos se abraçavam, orgulhosos com o feito que haviam presenciado. E como cantavam. Era um grito que vinha do fundo da alma. Das entranhas das vísceras. Era puro. Era o grito de um povo sofredor. Que teve de aguentar o ano passado calado, mas sem nunca abandonar. Sem nunca deixar de mostrar todo seu amor, sua dedicação.

E ainda tinha a cereja do bolo. Afinal ter o jogador mais badalado do cenário nacional - simplesmente o maior artilheiro da história das Copas - não é para qualquer clube. O recheio do bolo era melhor ainda. Uma invencibilidade de 23 jogos, ou seja, o campeonato inteiro, e que por quase 4 décadas nenhum clube conseguia mais atingir tal feito. Porque não ousar dizer épico? Afinal não é para qualquer um. E a história prova isso.

E ontem o Corinthians tratou de sacramentar o seu título incontestável. Destroçou marcas, adversários e exterminou tabus. Nos clássicos, três empates e quatro vitórias. Nenhum de seus arquirrivais teve um aproveitamento parecido. Aliás, nem sequer próximo disso.

Foi sim um campeonato pra ser comemorado em estado de êxtase. E, pela 26ª vez na história, o Corinthians ergue o troféu de campeão paulista. Deixa ainda mais para trás Palmeiras, São Paulo e Santos. É minha gente, definitivamente, o Coringão voltou!!!!!!

* crédito da foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com