quarta-feira, 30 de junho de 2010

MAIS RESPEITO QUE AMOR

* John Carlin, em coluna na Folha de hoje

SE VOCÊ NÃO É BRASILEIRO, não é tão fácil amar a seleção brasileira. Mas, seja você quem for, depois da demolição do Chile, você é obrigado a respeitá-la.Não pelo futebol-arte, mas por sua pura e simples potência. Um tsunami futebolístico arrastou os chilenos, que na noite/tarde de segunda pareciam fisicamente tão menores: 11 Gullivers contra 11 liliputianos corajosos, mas incapazes de reagir.

Os zagueiros e o goleiro brasileiros se parecem mais com jogadores de rúgbi do que de futebol, mas são velozes, ágeis e inteligentes também. E o que espanta nos três da frente -Kaká, Robinho e Luis Fabiano- é quão melhor eles jogam pelo Brasil do que jogaram na Europa no último ano. É como se a "Canarinho" tivesse sobre eles o mesmo impacto da capa de Superman sobre Clark Kent.

Kaká teve uma temporada terrível no Real Madrid, mas está parecendo muito mais feliz agora.Robinho fracassou na Espanha e na Inglaterra, deixando tristemente de corresponder à percepção que faz dele próprio como o maior jogador do mundo. Agora, porém, está voando. E Luis Fabiano, que parece o melhor atacante do mundo quando joga pelo Brasil, não é visto na Europa como nada de especial. Ele teve uma temporada razoável no Sevilla, mas nenhum dos clubes grandes expressou qualquer interesse em contratá-lo.

Um dos grandes méritos do Brasil, e também da outra seleção que está brilhando na Copa, a Argentina, é jogar sem medo. As grandes equipes europeias, a maioria das quais já foi eliminada, entraram em campo dando a impressão de estarem apavoradas com a perspectiva de perder -que seu objetivo maior e principal é evitar correr riscos. Foi quase possível sentir o cheiro do medo no ar quando Inglaterra e Itália jogaram. Quando a Espanha, a seleção tecnicamente mais bem dotada da competição, enfrentou o Chile na semana passada, seus jogadores pareciam coelhos assustados.

Os brasileiros estão jogando como leões ferozes.Os argentinos, como cães de caça famintos. Foi decepcionante perder a chance de ver Messi despedaçar os ingleses nas quartas (e de assistir a Maradona enlouquecer de alegria ao lado do campo), mas um duelo entre Argentina e Brasil será um banquete pelo qual o mundo esperará impaciente.

* O britânico JOHN CARLIN é colunista do diário espanhol "El País" e autor de "Conquistando o Inimigo", livro que inspirou o filme "Invictus".

NOTA DO BLOGUEIRO - Nesse caso, as cinco estrelas incontestáveis no peito fazem toda a diferença.

5 comentários:

  1. E é exatamente o que eu sempre falo pra Carla resumido na nota do blogueiro, na hora do vamos ver, eles olham cinco estrelas no nosso peito, e quando olham a deles em seguida, seja lá quem for "eles", podem perceber que por melhor que estejam, ainda estão um degrau no mínimo... abaixo!

    Belo texto VH!

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  2. vai argentina!!!!!!!!!!
    o cruyf tá certo, esssa equipe do dunga não merece nem q se pague ingresso.
    abraços baqueta

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  3. Nossa, que post bem escrito dito, gostei.
    O futebol moderno infelizmente é jogado dessa forma horrivel como o brasil vem jogando, mas qdo o robinho da umas pedaladas, ou o luis fabiano faz um daqueles gols dele, o ingresso ta pago, e tenho certeza que o tal de cruyf vai engolir as palavras junto com a lingua qdo o massacre do dunga eletrico passar sobre ele. 3 a 0 fora o show nessa sexta feira....e tenho dito.
    abs a todos

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  4. João Francisco B. Almeida1 de julho de 2010 às 21:34

    Parece q está mudando de opnião sobre nossa seleção??
    Abs

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