O BRASILEIRO DAS IRREGULARIDADES (E DAS SURPRESAS)

Vinte e nove rodadas já se passaram. Pouco mais de 800 gols marcados. Ou sofridos, se for o caso. E uma boa média de público. Alguns times desesperados (cinco clubes para ser mais preciso), outros preocupados com a vaga na Libertadores e/ou o título. A verdade é que este Brasileiro imprevisível e emocionante consolida ainda mais a fórmula dos pontos corridos. Para desgosto de alguns poucos (ou parcos e/ou porcos) interessados em voltarem aos mata-matas. Gente da tevê, diga-se ainda. E que anda fazendo lobby para que a competição volte ao sistema antigo já no próximo ano. O quê seria um retrocesso para o nosso futebol, frise-se.

Mas voltando ao jogo dentro de campo, o fato é que este tem sido o Nacional da irregularidade. Principalmente dos grandes e ainda mais daqueles que estão no topo da tabela. As duas últimas rodadas, mais do que nunca, evidenciam isso. Afinal, os cinco primeiros colocados somaram apenas SETE pontos em 30(!!!!) disputados. Isso mesmo, SETE em TRINTA possíveis.

Um Nacional de surpresas também. Como a do Avaí, o belo time catarinense de Silas em seu primeiro trabalho de ponta como treinador. Brasileirão de gratas surpresas como o místico Vitória e de suas contundentes vitórias contra os grandes brasileiros. Surpresa que vem também do Planalto Central com o Goiás e as belas revelações dos garotos treinados por Hélio dos Anjos. Ainda que o time esmeraldino sempre faça belas campanhas nos últimos Brasileiros (à exceção de 2007). Surpresa também pela inédita apatia e pelo ostracismo ao qual Luxemburgo está sendo obrigado a passar com um insosso e desmotivado Santos.

Surpresa que vem do Sul com o centenário Internacional, até então - e segundo alguns - a melhor equipe do país, com os maiores investimentos e pouco resultado prático. O Inter de Tite, lembre-se ainda, sempre patinando no momento crucial. E que parece seguir a sina com Mário Sérgio, embora o novo treinador tenha feito apenas dois jogos à frente do Colorado. Surpresa também dos cariocas com a desastrosa campanha do Fluminense e a arrancada do Flamengo que, com as últimas rodadas, até em título anda falando e sonhando.

Mas, acima de tudo, o Brasileiro que pode ser o da redenção. Redenção alviverde, diga-se ainda. Redenção - ou louvação - de Muricy Ramalho, o treinador que tem tudo para ser tetracampeão consecutivo, algo inédito e digno de um lugar no Olimpo, junto aos imortais. Em seu caminho, seu ex-clube, o São Paulo e apenas ele é capaz de lhe tirar mais um título, no caso o penta do Palmeiras. Cinco pontos os separam. Há ainda 27 em disputa. Será possível?