BRASILEIRÃO - BALANÇO DA 27ª RODADA

QUEM SEGURA?

No jogo mais aguardado da rodada, o clássico entre Palmeiras e Santos, um primeiro tempo de dar sono. E uma segunda etapa de deixar qualquer alviverde ainda mais crente no penta. No fim, uma vitória incontestável do líder por 3 a 1, e de virada. O Palmeiras chega aos 53 pontos, mantém cinco de vantagem na ponta e embala no momento certo. E já começa a fazer as contas para o título.

É verdade também que o time de Muricy Ramalho foi até à Vila com uma clara missão - trazer ao menos um ponto de lá. E foi atrás disso que os comandados alviverdes se dispuseram em campo. E, para melhorar, trouxeram mais dois pontos de lambuja na conta. Um resultado para palmeirense nenhum botar defeito. E se, por um lado, o duelo trazia o embate particular entre Luxa/Teixeira e Muricy/Beluzzo, por outro, fica cada vez mais claro que o time da Baixada precisa aspirar a novos ares. Principalmente administrativos.

O JOGO
Um primeiro tempo pífio, sem sequer um lance que mereça destaque, a não ser pelo belo posicionamento defensivo do lado verde. Obra esta, é claro, de Muricy Ramalho, o rei dos pontos corridos. Não à toa, a defesa palmeirense é a menos vazada do campeonato, juntamente com a são-paulina.

Nem mesmo a arbitragem apareceu para roubar as atenções (algo raro nas últimas rodadas), de tão monótomo que estava o clássico. Afora isso, vale destacar as contusões de Fabão e de George Lucas, que obrigaram Luxemburgo a queimar duas alterações logo de cara. Isso porque foi com menos de 30 minutos de jogo.

Mas no segundo tempo tudo mudou. Para esperança de tricolores, atleticanos, goianos e colorados, o Santos saiu em busca da vitória e o Palmeiras se defendia com valentia e esperava pelos contragolpes. No entanto, logo aos nove minutos, o time de Luxemburgo abriu o placar com Luizinho, em belo chute na entrada da área. E assim obrigou o Palmeiras, que andava lá meio desinteressado, a sair pro jogo.

EMPATE E VIRADA ALVIVERDE
Mas logo depois, aos 18, Diego Souza - sempre ele - empatou de cabeça, depois de cruzamento de Figueroa. Um gol que incendiou a partida. E que deixou o jogo aberto, finalmente emocionante. O Santos queria a vitória. O Palmeiras se segurava sem se afobar, e jogava como equipe líder, como time pretenso, campeão.

Aos 27, veio a virada. Robert, que havia entrado minutos antes no lugar de Obina, foi o autor. No lance, a zaga santista deixou Diego Souza dominar dentro da área. Um erro simplesmente fatal. O meia balançou, tirou dois marcadores, e cruzou rasteiro. A bola atavessou a área e achou Robert sozinho. De carrinho, ele só teve o trabalho de escorar.

Menos de cinco minutos depois, o golpe de misericórdia. Em uma enfiada preciosa de Cleiton Xavier para Robert, o atacante ganhou na disputa com Triguinho e tocou por entre as pernas do goleiro santista. Vagner Love só teve que empurrar para a rede, fechando o placar do clássico.

A partir daí ao Palmeiras só restava esperar o apito final. Mas não antes da torcida palmeirense já antecipar o grito de "campeão", e em plena Vila Belmiro. Porque afinal, o título ganha contornos de realidade a cada dia, rodada após rodada. No páreo, talvez apenas o São Paulo ainda seja capaz de arrebatar o penta alviverde e o tetra de Muricy. Mas para isso, terá de ser quase perfeito. Além de ainda contar com a sorte ou o acaso de derrotas e de tropeços alviverde. Uma combinação que, convenhamos, soa como improvável jogo após jogo.

VIRADA ÉPICA NOS AFLITOS

Já no Recife, o São Paulo conquistou uma virada heróica ao bater o Náutico por 2 a 1, mesmo com dois jogadores a menos durante boa parte do jogo. A vitória conquistada no meio da semana, na quarta-feira, serve para recolocar a equipe de Ricardo Gomes na luta pelo título, embora o Palmeiras não dê sinais de que irá esmorecer. Muito menos, perder a ternura. Por fim, as preces dos torcedores tricolores ao Santos, de nada adiantou.

DERROTA ALVINEGRA NO PACAEMBU

E no Pacaembu, diante de 30 mil torcedores, o Corinthians escorregou mais uma vez e perdeu por 3 a 1 para o Atlético - PR. Um tropeço tremendo que relegou a equipe de Mano Menezes ao segundo plano no campeonato, fato impensável há cerca de três meses. Até mesmo para aqueles mais pessimistas. Nem mesmo a estreia de Edno serviu para animar o torcedor alvinegro. Pelo contrário, diga-se ainda.

Um jogo para servir de exemplo ao treinador Mano Menezes. Ainda que sob o aspecto extremamente negativo. Rearrumar a casa é preciso.

*créditos das fotos: Agência Estado