quinta-feira, 30 de setembro de 2010

UM BRASILEIRÃO ENTRE TRÊS CLUBES

Doze rodadas. Trinta e seis pontos em disputa para Flu e Cruzeiro. O Corinthians, o outro integrante da trinca, ainda tem um jogo a menos como carta na manga. Os últimos anos indicam que a conta fecha em 75 pontos para o título. À exceção de 2009, é claro.

Rodada a rodada, a matemática do Brasileiro vai clareando e definindo quem é quem no campeonato. A derrota colorada de ontem, na Arena Barueri, praticamente sepulta qualquer chance de título gaúcho. Se tínhamos quatro brigando até então, agora sobram apenas três. A trinca de quem sonha alto está feita. E não deve ser alterada até o fim. Fluminense, Corinthians e Cruzeiro. O título de 2010 ficará no Sudeste.

JOGO A JOGO - RESUMO DA RODADA
A rodada que começou na terça com um empate desesperador entre um desesperado Goiás e um preocupante Flamengo e a, enfim, vitória vascaína sobre o Santos de Neymar, teve sequência na noite de quarta com mais oito jogos. Cinco deles, excepcionais. Além de boa média de gols, 2,7 por partida.

MANDANTES BEM NAS ARENAS
Nos jogos da 19h30, a única surpresa talvez tenha ficado pela vitória do lanterna Grêmio Prudente por 4 a 2. Ainda que tenha sido sobre o Guarani e jogando em casa. Porque o Cruzeiro fez o que dele se espera, não deu chances ao acaso ao bater o Atlético-GO por 3 a 0 na Arena do Jacaré. Mais uma vitória autoritária do time de Cuca.

Na outra Arena, a de Barueri, o Palmeiras de Felipão, com dois petardos de Marcos Assunção, bateu um Inter desfalcado e engatou a terceira vitória consecutiva no Brasileiro. Algo raro neste campeonato, aliás. Mas que vem em boa hora para dar moral na Sul-Americana.

Fechando os jogos das Arenas, a Baixada viu seu Atlético, o paranaense, vencer mais uma nesta belíssima campanha do clube no Brasileiro. E hoje, o Atlético estaria não só sonhando como já dentro da zona de classificação à Libertadores, não fosse a atitude desmedida da Conmebol que retirou uma vaga brasileira para o ano que vem. Talvez pelo medo da supremacia brasileira já há alguns anos na competição.

FLU, NO SUFOCO!
E no Raulino de Oliveira o líder Fluminense suou um bocado para bater o decadente Avaí, com gol de Conca, só aos 37 da segunda etapa. E foi num sufoco só, ainda mais para quem julgava que os cariocas teriam vida fácil pela frente.

Mas mais uma vez, o argentino Conca resolveu. E, assim como em 2005 quando foi com Tevez, o Brasileirão deste ano tem tudo para ter um argentino como melhor da competição. Mesmo que seja sem título, até porque ano passado o prêmio foi para Diego Souza, quinto colocado com o Palmeiras.

JOGÃO NO PACAEMBU
Já no Pacaembu, para mais de 25 mil presentes, Corinthians e Botafogo faziam o clássico dos alvinegros. Se o jogo já prometia antes do início, com menos de três minutos, Bruno César tratou de incendiá-lo ainda mais com um golaço em chute colocado no ângulo direito de Jefferson. O Botafogo, naquele momento, se atordoava com a correria dos paulistas, tamanha velocidade e empenho do time de Adílson.

Na base do perdido por um, perdido por mil, o time carioca lançou-se ao ataque. O jogo ficou aberto e Loco Abreu quase empatou na sequência, em falha da defesa alvinegra que o deixou sozinho na área para dominar e chutar no travessão de Julio César. Era o prenúncio do que estava por vir.

Pouco depois, Herrera levantou na área, Wiliam não fez cobertura em Abreu e Alessandro falhou na marcação do centroavante carioca deixando-o sozinho para o cabeceio fatal. Um a um no Pacaembu e o jogo prometia ainda mais já que, àquela altura, o Flu fazia um a zero suado no Avaí e seguia mantendo a ponta. De quebra, botava pressão em cima do vice-líder.

No segundo tempo, foi um festival de gols perdidos. E por ambos. Paulinho desperdiçou um chute cara a cara com Jefferson. Depois foi a vez de Elias assustar em chute que passou rente à trave. Minutos antes, Herrera até fez para o Botafogo, mas o assistente assinalou impedimento inexistente.

Nos dois últimos lances do jogo já nos acréscimos, o time carioca ainda desperdiçou mais duas chances. Uma com Somália e outra com Caio que, egoísta, quis ser o nome do jogo e não passou a bola para Abreu, livre e em condições de virar. Diante da circunstâncias e do erro, o torcedor corintiano não tem muito do quê reclamar.

O Corinthians poderia até contentar-se com um empate com o Galo na próxima quarta, em jogo fora de casa. Com o resultado de ontem, não pode mais.

NO DUELO DOS TRICOLORES, DEU A LÓGICA
No Sul, o São Paulo de Baresi foi presa fácil para o Grêmio de Renato Gaúcho. Quatro a dois no Olímpico, com direito a falha de Rogerio Ceni no quarto gol gremista.

O mandatário são-paulino Juvenal Juvêncio, agora mais do que nunca, sabe que o Morumbi receberá a Copa do Brasil. Só que a de 2011 e a nacional. Não a Mundial.

Depois de sete anos, o time paulista não mais disputará a competição continental. Um prejuízo enorme para os cofres do clube. A não ser que ocorra uma hecatombe na tabela. E, claro, o São Paulo vença todos seus jogos. Aí é que a questão fica um pouco mais difícil.
* Crédito das fotos: Agência Vipcomm

terça-feira, 28 de setembro de 2010

AS SANDICES QUE SÓ UM BRASILEIRO PROPORCIONA

Nos últimos tempos, o Campeonato Brasileiro tem ficado tão maluco que já beira o caso de uma análise mais profunda e clínica sobre o tema. Mas como este blogueiro não é matemático - embora se aventure na área, muito menos psicanalista, e sim apenas jornalista, atento-me aos fatos. E os reporto.

Ano passado o Fluminense, milagrosamente, escapou do rebaixamento. Este ano é sério candidato ao título.

O paradoxal da história é que, ano passado, o Flamengo foi campeão com uma arrancada espetacular. Pois eis que, este ano, quem joga contra o rebaixamento é ele.

Coisas do futebol tupiniquim. E há quem ainda ouse julgar que a volta do mata-mata é a melhor solução.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A BRIGA QUE SE ANUNCIA PELO BRASILEIRO

Vinte e cinco rodadas já disputadas para dezesseis clubes. Vinte e quatro, para outros quatro. A 25ª rodada também reserva a curiosa particularidade de ter derrubado justamente o 25º técnico no campeonato. Ou, posto de melhor forma, são 19 demissões e seis trocas por opção do próprio comandante. Inclusive a de Mano Menezes que assumiu a difícil missão de comandar a seleção de Ricardo Eterno Teixeira. E que anda até mesmo conseguindo enfiar boas ideias na ultrapassada mente de Ricardo, cabeção de Leão. Para espanto de muitos.

Mas voltando ao que interessa, se a briga no Nacional ameaçava pender-se em favor do clube do Parque São Jorge, eis que a vitória colorada de ontem, deu novos ares ao campeonato. Inserindo, inclusive, o time gaúcho na briga pela ponta. Ainda que o Inter pise em terreno minado - ou em ovos, caso prefiram -, porque qualquer derrota neste delicado momento será fatal para as pretensões do atual campeão da Libertadores.

Já o Corinthians de Adilson sai de cabeça erguida do Beira-Rio. Mesmo com a liderança perdida, a derrota alvinegra de ontem teve um quê de alentadora. Muito em razão do futebol apresentado no segundo tempo, e ainda mais contra quem foi, e ainda mais da maneira que foi. Além de ser onde foi. O outro alento alvinegro é o fato de que a turbulência na tabela também passou.

Outro que estava em franca ascensão e se viu brecado no final de semana, foi o Cruzeiro de Cuca. Com direito a show de Neymar, a raposa foi parada pelo Santos na Arena Barueri. Mesmo assim, e sem alarde, o time mineiro chegou à briga. Resta saber agora se terá conjunto para permanecer nela.

O complicado mesmo, no caso, é ter que tirar a diferença na tabela com uma equipe que, tecnicamente, não soa tão favorita como Corinthians, Fluminense e Inter. Para se ter uma ideia do fardo celeste. Por outro lado, dificilmente, o time mineiro perderá a vaga na Libertadores em 2011. Para desespero de Botafogo e Atlético-PR.

E por fim, quem se deu melhor na rodada. A retomada da liderança carioca também veio em boa hora para Muricy Ramalho, que já começava a ouvir os primeiros reclames vindos diretamente da patrocinadora de sua equipe. Isso porque a relação entre clube e patrocinador não é lá das mais habituais quando trata-se de questões nas quais deveria envolver apenas sua diretoria. Coisas do futebol tupiniquim.

Vale lembrar ainda que o Flu, do magistral Conca, tem mais dois jogos consecutivos que lhe são favoráveis e depois a tabela aperta. Aí, será o momento de definir se o clube carioca fará frente ao time paulista até o fim. Opinião? Este blogueiro aposta nisso, embora continue acreditando ainda mais no favoritismo alvinegro.

domingo, 26 de setembro de 2010

A BATALHA DO BEIRA-RIO...

Tudo antecipava e indicava que teríamos um belíssimo jogo no Beira-Rio. Ingredientes para isso não faltavam. Os dois melhores meio-campos brasileiros da atualidade, rivalidade intensa posta à prova, duas grandes equipes em campo e que, de quebra, ainda brigam pelo título.

O caldeirão de Beira-Rio fervia com quase 35 mil pagantes. Mas ninguém poderia prever um jogo tão bom quanto o que tivemos. Porque foi um jogaço. Certamente, um dos três melhores do campeonato, o que dá a proporção do quê foi o confronto.

Até mesmo espetacular. Esse é o adjetivo que cabe na descrição do duelo épico. Definido nos instantes finais, quase no apagar das luzes. Nos acréscimos. E com requintes de crueldade na falta cobrada por Andrezinho que desvia em Moacir, bate na trave de Julio César e entra no outro canto do goleiro que assiste a tudo atônito.

O Corinthians sai derrotado do Beira-Rio. Mas vende caro a derrota e continua com futebol e espírito de quem quer ser campeão.

Se há derrota alentadora em um campeonato tão equilibrado como é o Brasileiro, a alvinegra de ontem pode ser considerada uma dessas. O Corinthians de Adilson aprendeu a jogar fora de casa. E contra qualquer equipe brasileira, frise-se.

Já o clube gaúcho volta à briga pelo título. Continua difícil, mas não tão impossível assim. O elenco Colorado de Celso Roth quer fazer história.
* Crédito da foto: Agência Estado

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ATLÉTICO ARREMEDO MINEIRO DE LUXA....

A acachapante derrota atleticana ontem, ante o Fluminense custou o cargo de Vanderlei Luxemburgo. Mais que isso, a goleada sofrida no Engenhão serve de constatação para a decadência daquele que, durante quase quinze anos, dominou o posto de "melhor treinador do país".

Luxemburgo foi um excelente treinador, um dos maiores que este blogueiro já viu. Mas passou. Estacionou. Decaiu. Desfocou-se entre palestras motivacionais, instituições (?) mal dirigidas, negócios escusos e afins.

A ridícula campanha mineira no campeonato é a prova disso. Um time totalmente desorientado, frouxo, sem alma e sem compactação alguma dentro de campo. Não que isso tire os méritos da bela apresentação carioca também. Principalmente a de seus alas-laterais.

Mas explica, em parte, a triste situação de um clube que outrora fora forte e vingador. E também a de seu ex-técnico.

Menos mal que a pontuação mínima exigida pela permanência na série A deste ano, possa decair. Ainda há luz no fim do buraco atleticano.

O problema é que a esperança de salvação mineira passa direta e justamente pelos pés de jogadores indicados e gabaritados por Luxemburgo. Os recentes casos de Santos e Palmeiras não me deixam mentir.

Dizem que o elenco atleticano é para o ano que vem. Particularmente, não concordo. Uma pena também para o primeiro campeão brasileiro que, em 2011, não se possa mais disputar o Brasileiro de 2010. O perigo é iminente.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PRÓ-MEMÓRIA

"Flu e Corinthians vem sobrando neste Brasileiro até agora. Tanto é que a distância para o terceiro colocado já chega a oito e sete pontos, respectivamente. É um número a ser considerado.
Não é de hoje que este blogueiro vem afirmando. O Brasileiro deste ano será monopolizado entre os clubes paulista e carioca. Talvez sobre aí, espaço para que mais uma equipe entre na disputa. Talvez uma de cor azul celeste. E de Minas".

Este post foi escrito no dia 9 de agosto deste ano, em uma longínqua 13ª rodada. Qualquer semelhança com a tabela atual é mera coincidência.

A VIRADA DA MATURIDADE!

Santos e Corinthians faziam um clássico que ganhara ainda mais peso com toda repercussão dos acontecimentos que cercaram o clube da Baixada. Para o líder Corinthians era a chance de praticamente eliminar um concorrente direto. Ao Santos, a oportunidade de seguir vivo na competição e aproximar-se do líder. E foi um jogaço!

O Santos começou fazendo o jogo que lhe convinha, aberto e na base da correria. O Corinthians tomou um gol de Durval logo aos dois minutos e teve que correr atrás do empate. Igualdade que veio ainda aos oito, em mais uma bela jogada de Jucilei que colocou Iarley na cara do gol para completar. Um a um e jogo em ritmo alucinante.

O Corinthians empatou e, minutos depois, quase virou em chance desperdiçada por Bruno César. Era lá e cá. Os dois times também erravam muito, muito em razão do ritmo eletrizante que o clássico tinha. A Vila fervia.

Quando o time de Adilson resolveu colocar a bola no chão e amadurecia a virada, levou o segundo. E foi dele, Neymar, pegando rebote de Julio César em chute de Marcel. A missão de bater o Santos na Vila já era difícil. Àquela altura, complicava-se ainda mais.

O Santos tinha Neymar, mas o Corinthians tinha - e tem - um time, um conjunto. Maduro e confiante, aliás. E, coletivamente, foi em busca do empate. Em bela assistência de Bruno César que lançou Elias nas costas da zaga santista, o camisa sete alvinegro tocou na saída de Rafael e empatou novamente a partida. Isso sim era um clássico paulista que se preze.

Na segunda etapa, o Santos de Neymar voltou pressionando. Ciente de que só a vitória interessava para manter acesas as chances de título, o interino Martelotte partiu pra cima. E abriu-se ainda mais para o contragolpe do alvinegro da capital. Seria fatal.

Mas antes, Julio César ainda operou milagre por duas vezes em defesas de puro reflexo e quase embaixo da linha. O Santos pressionava, o Corinthians se segurava e esperava o momento certo para agir.

Aos 25, o lance capital. Em jogada ensaiada, Jorge Henrique recebeu e fez belo passe em profundidade para Danilo, ligeiramente impedido, dominar na lateral da área e tocar para Paulo André, de cabeça, escorar. Era a virada corintiana em pleno alçapão da Vila.

A partir daí, o duelo ganhou contornos dramáticos. O Santos buscava a todo custo o empate. O Corinthians, inteligentemente, se segurava sem sobressaltos e prendia a bola. Em minoria, a Fiel fazia festa, provocava e podia ser ouvida na casa santista.

Esperava-se muito do personagem que ganhou as manchetes nos últimos dias. Mas Neymar esteve acanhado. Talvez pelo peso dos holofotes que caíram sobre a revelação santista nos últimos dias, o jogador pouco lembrava as atuações que encantaram o país no primeiro semestre. Mas continua sendo o diferencial da equipe da Baixada. Agora praticamente sozinho, aliás.

No fim, ainda sobrou confusão entre um nervoso Pará e Jorge Henrique. Mas já era tarde. Com a vitória na Vila, o Corinthians de Adilson se credencia ainda mais ao título. Um grande passo rumo ao pentacampeonato nacional.

Já o Santos de Neymar está fora da disputa. O jeito é arrumar a casa para 2011. A começar por um técnico que reúna todas as qualidades que tinha seu antecessor. Ironia das ir0nias.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O PIONEIRISMO DA DIREÇÃO SANTISTA

Insubordinação. Palavra que significa desobediência, indisciplina, rebelião. Foram esses os motivos que levaram à conturbada demissão do técnico Dorival Júnior pela diretoria santista. Curiosa e paradoxal a justificativa da direção da Baixada. Ainda mais se levarmos em conta o mote que desencadeou toda a confusão.

Luis Álvaro chegou pregando modernização. Falava em administração europeia. Na primeira polêmica, na primeira grande dividida que teve, foi apenas mais do mesmo.

Ou melhor, foi até mesmo precursor em sua decisão. Não que isso soe como elogio.

Erraram todos, até mesmo o ex-treinador da Baixada que deveria ter preparado melhor o terreno para as decisões que tomaria.

Dorival, ao que tudo indica, deve parar no Morumbi. Já o Santos terá de correr atrás de um técnico de ponta. E que tenha pulso para segurar os garotos. Nessa toada, deve também desembolsar uma boa grana.

A atitude desta semana pode trazer sérias consequências lá na frente para a diretoria santista. E pior, nem se deu conta disso.

Neymar venceu o duelo. Pena que o Santos tenha perdido nessa também. Wagner Ribeiro deve estar rindo à toa.

No clássico de hoje, a joia santista fará de tudo para provar que a diretoria estava certa na decisão que tomou. Resta saber como estará o clima entre os outros jogadores da equipe. Não se assustem se, hoje à noite, ouvirem coro pelo nome do ex-técnico na Vila.

Quanto a Neymar, se a cobrança e a pressão estavam determinando as atitudes de um garoto de apenas 18 anos, a decisão da diretoria santista joga ainda mais holofotes sobre ele. Preservar era preciso. Para se ver o tamanho do erro cometido ontem.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

NOITE DO TIMÃO NO ENGENHÃO!

Há certas coisas no futebol que, por mais que se tente, não se explica. A vitória alvinegra fora de casa estava amadurecendo já há umas boas rodadas. Mas não vinha sendo creditada na conta e andava atormentando alguns já receosos alvinegros. O Flu, líder do Brasileiro, duelava pela ponta e pela invencibilidade em casa. Ainda que a mesma tenha sido construída no Maracanã e não no Engenhão. Mas sonhava com uma vitória para disparar na tabela. Já o Corinhians de Adilson não podia sequer pensar em derrota.

Anseio e ansiedade em jogo no Engenhão. Desfalque por desfalque, o Corinthians de Adilson vinha mais esfacelado. Ainda mais depois do corte de última hora de Ralf. E teria que se superar para continuar vivo no Brasileiro. Vivíssimo, aliás.

O Flu até começou melhor, em razão de uma desalinhada zaga alvinegra que ainda sentia a ausência de seu volante de contenção. Mas a experiente equipe paulista, comandada por Roberto Carlos, Alessandro e William, tratou de colocar a bola no chão e frear o ímpeto tricolor. E aí, Jucilei começou a aparecer. Correu, marcou, desarmou, fintou. E até cavou. Jogava como gente grande. Como, aliás, vem fazendo há um bom tempo já.

Paulinho, que substituía Ralf, era outro que fazia bela partida com a camisa corintiana. O Corinthians endurecia o jogo e já ameaçava os donos da casa. Tensão no Engenhão. O jogo era bom, mas estava longe de ser brilhante.

Até que, aos 44, aquele que já vinha sendo o nome do jogo matou uma bola no peito na entrada da grande área e concluiu com perfeição para fazer um a zero para os visitantes. Jucilei estava em noite iluminada de Ronaldo.

No intervalo, Muricy tentou reparar seu pecado ao sacar um zagueiro e colocar mais um atacante em campo. Mas a batalha que se travava como crucial para a partida era no meio. E era lá que o Corinthians de Adilson ganhava a partida.

O Flu veio pra cima. E deixou escancarado o contragolpe aos indigestos visitantes. Em duas oportunidades, o Corinthians quase ampliou. Na terceira que teve, Alessandro fez grande jogada e tocou para Iarley ampliar a vantagem. O Engenhão era todo alvinegro.

Mas como reza a sina alvinegra, tinha que ter sofrimento. Washington, aos 24, descontou. E incendiou. O alvinegro, novamente, tratou de esfriar o tricolor. Adilson povoou ainda mais o meio para reter qualquer indício de reação. E deu certo.

O Corinthians inteligentemente volta do Rio com três valiosos pontos na bagagem. Importantíssimos para dar moral na sequência da competição.

Vitória justa e para embalar. Triunfo de quem quer ser campeão. O centenário alvinegro que andava soando como chacota para os rivais meses atrás, tem tudo para terminar beirando ao inesquecível.

EM TEMPO - Quanto ao caso Neymar, este blogueiro passa. Quando, lá atrás, a revelação santista aplicou um chapéu desnecessário em Chicão com a bola parada, todos acharam graça. Incentivaram. Inclusive a mídia, que agora volta-se contra o jovem. Desnecessário dizer agora que o mimo passou dos limites. Típico de jogador que se acha maior que o clube.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

UMA RODADA PARA, QUEM SABE, EMBOLAR AINDA MAIS...

Nos jogos da 19h30, o mais provável é que apenas o Botafogo apronte para os donos da casa, o desesperado Goiás, embora o time carioca chegue a Goiânia repleto de desfalques e possa ter suas pretensões complicadas no Serra Dourada. Nos demais jogos, este blogueiro não crê em surpresas. Talvez um empate entre os xarás Atléticos, o paranaense e o mineiro. Um ponto fora que, diante das circunstâncias, deve ser muito comemorado em BH.

Mas o duelo mais aguardado da rodada certamente é o reservado para Fluminense e Corinthians no Engenhão. Confronto de líderes que buscam recuperação após as derrotas do final de semana. Duelo entre Muricy, que deve ir de três zagueiros e apenas um atacante, e Adílson, faminto pela primeira vitória fora de casa e que apostará tudo em seu meio-campo para bater seu principal rival no campeonato.

Um empate agradará mais aos cariocas, até porque o time paulista pode ser superado por Botafogo e Cruzeiro em caso de empate ou derrota. Ainda que a quarta posição na tabela deva ser creditada por apenas uma rodada, já que cariocas e mineiros fazem o duelo direto no domingo e o alvinegro terá vida fácil pela frente, em duelo contra o Grêmio Prudente no Pacaembu.

A rodada também reserva o jogo entre Grêmio e Palmeiras no Olímpico. Um confronto que vale mais por fatores históricos e pela tradição dos dois, do que por aquilo que as duas equipes vêm apresentando dentro de campo.

Já o Santos de Dorival, depois de duas derrotas, ainda quer mostrar que está vivo. E para isso, nada melhor do que um confronto teoricamente fácil, contra o Atlético-GO em casa.

Fechando a rodada amanhã, São Paulo e Inter reeditam um confronto que determinou os rumos das duas equipes no ano. O Inter, tranquilo e pensando só em dezembro, deve engrossar para os donos da casa. Enquanto o São Paulo de Baresi ainda mira a Libertadores. Uma vitória tricolor é essencial para as pretensões do clube.

domingo, 12 de setembro de 2010

TEM CAMPEONATO QUERENDO ENLOUQUECER...

Inter e Santos já haviam tropeçado na última rodada. E voltaram a vacilar nesta. O blogueiro já havia alertado que quem brigaria mesmo era o G4. E com a derrota santista no Castelão e o magro empate sem gols do Colorado no Beira-Rio, as duas equipes perderam a chance de seaproximarem dos líderes e continuam distantes na briga pelo título. Ainda que tenham um jogo a menos na manga.

A 21ª rodada também reservou a surpresa das derrotas de líder e vice-líder, Fluminense e Corinthians. E para embolar ainda mais a tabela, os dois duelam na quarta-feira. Quem ri à toa com isso tudo, é Botafogo e Cruzeiro que encostaram no topo da tabela. Resta saber agora se é para ficar ou apenas para assustar.

VACILO ALVINEGRO NO PACAEMBU
Havia uma invencibilidade de 23 partidas. Havia também um aproveitamento de 100% como mandante. Havia, porque não há mais. Diante de um Pacaembu lotado mais uma vez, o Corinthians sucumbiu em casa, foi batido por 1 a 0 e perdeu a chance de colar no líder Fluminense.

Diante de um Grêmio muito bem postado e que chegou a dominar o primeiro tempo, o time de Adílson Baptista, que inventou como quis neste jogo, viu o meia Douglas abrir o placar com um golaço em sua antiga casa. E quase fez o segundo com Borges, em grande defesa de Julio César.

Com vários desfalques e a contusão de Ralf logo no começo do jogo, o time paulista pecou mais uma vez nas finalizações. No segundo tempo, Adilson mexeu na equipe toda em busca de algo que pudesse diferenciar sua equipe. Teve inúmeras chances para empatar o jogo, mas não o fez. E saiu até merecidamente castigado com a primeira derrota neste Brasileiro em casa, a quarta no campeonato. De quebra, ainda viu Botafogo e Cruzeiro encostarem.

Há tempos este blogueiro vem alertando, o centenário time alvinegro precisa de um definidor urgente. Coisa que Iarley certamente não é. E provou mais uma vez ontem, a ponto de perder três chances claras de gol. Inclusive um pênalti, o quarto seguido perdido pelo clube no Brasileiro. Pode fazer falta lá na frente.

EM GOIÂNIA, TROPEÇO DO LÍDER
Se há um alento na queda alvinegra deste sábado, ela pôde ser comemorada somente ao fim do jogo no Pacaembu. Isso porque o Fluminense empatava com o Atlético de Renê Simões no Serra Dourada até os 46 minutos, quando Juninho fez um gol salvador e virou para os donos da casa.

A queda de produção do Fluminense lembra a do Palmeiras em 2009. Na 21ª rodada, a equipe alviverde tinha 40 pontos, um a menos que os atuais 41 do clube carioca. A queda alviverde começou na 17ª rodada com um empate em casa. Assim como o Flu de Muricy, que empatou com o São Paulo na antepenúltima rodada do turno. À época, o Palmeiras, em cinco rodadas, fez seis pontos de 15 possíveis e o Flu, de lá para cá fez ainda menos, apenas cinco. É bom abrir os olhos, Muricy....

LOUCURA NO ENGENHÃO
No Engenhão, um belo jogo dos donos da casa, em franca ascensão no Brasileiro. O Botafogo dominou o São Paulo do início ao fim e fez jus ao placar. Dois a zero, com direito a impressionante arrumação tática dentro de campo. Há tempos, o time carioca não vinha tão forte para a disputa do Brasileiro. E vale destacar, a prancheta e os ensinamentos de Joel continuam resolvendo a vida do clube carioca.

Daqui duas rodadas, haverá embate entre cariocas e mineiros no Engenhão. É jogo de seis pontos, jogo para ver quem continua na caçada ao líder. E se há uma terceira vaga na disputa pelo título, este blogueiro fica com o arrumado time carioca.

Por outro lado, tinha são-paulino sonhando até mesmo com título após três vitórias consecutivas. Depois de hoje não se pode dizer mais o mesmo. O problema nem é tanto matemático, embora também seja, mas mais ainda, o principal empecilho seja dentro de campo.

EM TEMPO - O Cruzeiro também se deu bem na rodada ao bater o Avaí na Ressacada por 2 a 1, em jogo que este blogueiro não acompanhou. Mas uma coisa é certa, o time de Cuca é fortíssimo candidato a uma das quatro vagas à Libertadores em 2011. Nesta que seria a quarta participação seguida do clube mineiro, aliás. A quarta posição na tabela não é mero acaso. Mas o Grêmio de Renato Gaúcho também quer entrar na briga.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

QUEM BRIGA MESMO É O G4!

Returno apenas começando, dirão alguns céticos. Ou otimistas. Coisas de pontos de vista. Mas o fato é que ultrapassamos a metade. E já dá para se ter uma boa noção daquilo que nos aguarda para a reta final do Brasileiro. A não ser que o campeonato ensandeça, como ocorreu ano passado. Mas aí é coisa nem tanto para todos os anos. Ou melhor, exatamente o oposto disso, coisa para raros anos.

A RODADA - E O G6 AGORA É SÓ G4

O Flu, já sem Maracanã, fez o que espera-se de um líder. Bateu com facilidade um frágil Ceará no Engenhão em grande atuação da dupla Conca e Washington. E retomou o fôlego que ameaçava apertar a garganta do torcedor tricolor. Depois de três jogos, o líder voltou a vencer. E joga a preocupação para o lado do Parque São Jorge que não quer, e nem pode, desgarrar-se do líder nesse momento. Ainda, e mesmo, que tenha um jogo a menos.

Na Arena da Baixada, fervendo com quase 25 mil presentes, o vice-líder Corinthians empatou por 1 a 1 com um ascendente Atlético, o que não chega a ser lá dos piores resultados. Ainda mais depois da escandalosa atuação do árbitro que inventou um pênalti apitado por Ronaldo e depois compensou com outro ainda mais injustificável.

Complicado mesmo é a irregularidade da equipe, 100% em casa, mas que não consegue vencer fora dela. E para quem quer ser campeão, desnecessário dizer que a pontuação não fecha sem vitórias como visitante.

A briga ainda continua polarizada. Mas há sim espaço para mais um. E só mais um. A tabela era favorável ao time da Baixada. E continua sendo, é verdade. Mas a derrota, em casa, diante do Botafogo custará caro às pretensões santistas. Isso porque a marca de seis derrotas já no começo do returno é algo a ser considerado. Cabe só mais uma na conta. E desde que se tenha poucos empates. Para se ver o tamanho do fardo santista.

E se o momento de entrar na briga é esse, o Botafogo de Loco Abreu mostra que veio para isso. O futebol seguro apresentado na noite de hoje no Pacaembu é a prova. Quinze anos depois, o Bota de Joel quer refazer história. Será possível?!??!

Uma coisa é certa, goleiro é o que não falta ao time de General Severiano. Porque o que Jeférson pegou na iluminada noite de hoje é algo para se calar qualquer crítica que pairava sobre sua convocação na seleção de Mano Menezes. Inclusive, a deste blogueiro.

Já o Inter, que perdeu para a metade azul de Minas no Parque do Sabiá, alcançou também a incômoda marca de seis derrotas. E só mesmo uma recuperação impressionante para recolocá-lo na briga. Incluindo aí, uma vitória sobre o Santos na Vila, em jogo adiado do primeiro turno. Porque nos dois casos, o do Colorado e o do alvinegro da Baixada, o que importa mesmo é só o título.

Os mineiros, por sua vez, têm nos argentinos Montillo e Farías a grande esperança para repetir 2003. Mas devem contentar-se mesmo com uma Libertadores no começo de dezembro. A ausência de um Mineirão abarrotado de camisas celestes fará muita falta na reta final.

LIBERTA COM VAGA SOBRANDO?!?!
Vasco, São Paulo e Atlético, o paranaense o único que vem salvando algo dos xarás neste Brasileiro, ainda visam a ventura em terras americanas em 2011. Também ainda há espaço sobrando. E olha que arrisco novamente a dizer que é para mais um só. Isso se Botafogo e Cruzeiro, esse mais, caírem de produção.

O Tricolor Paulista voltou a se acertar. Mas coloquem na conta os três duros jogos que ele terá contra Botafogo, Cruzeiro e Vasco, adversários diretos na briga pela competição continental. O agravante, no caso, é que os três serão fora. E nesse caso a situação não é das mais alentadoras.

Ao Palmeiras de Felipão parece que resta mesmo a Sul-Americana. O que não chega a ser lá má ideia. Muito pelo contrário.

REBAIXAMENTO
Lá embaixo a conta é mais fácil. Atlético-GO, Prudente e Goiás seguem firmes e fortes rumo à série B em 2011.

Já o Atlético-MG de Luxemburgo que se cuide. Senão houver recuperação urgente, vai sobrar "cacete" para todo mundo nas noites de BH.

O BLOG VOLTOU!

Caros navegantes,
Como todos sabem no feriado, o blogueiro tirou um merecido descanso.

E ele mesmo, promete que atualizará a rodada inicial do returno ainda hoje, assim que se encerrarem os jogos da noite. Um problema de conexão com a internet está causando enorme reviravolta no trabalho, mas deve ser normalizada em breve.

Coisas da vida digital. Coisas de uma mídia cada vez mais onipotente, onisciente e onipresente. E ainda mais online.
Abraços a todos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

RODADA EM DUAS CORES NO BRASILEIRO

A 18 rodada só não foi toda alvinegra porque o Ceará sucumbiu na Arena da Baixada e perdeu para o Atlético por 2 a 1. Porque fora o time nordestino, todos os outros venceram seus jogos.

Começando pelo Atlético-MG de Luxemburgo que virou sobre o Goiás em pleno Serra Dourada e na estreia de Jorginho. O time esmeraldino é fortíssimo candidato ao rebaixamento neste ano. Já os mineiros devem continuar oscilando, mas sairão da incômoda posição.

Passando ainda pelo Botafogo que bateu o Grêmio Prudente fora de casa, por um a zero. O time carioca chega a 30 pontos e fecha o G4 do Brasileiro. E tem sim elenco para brigar por Libertadores ano que vem.

Outro que está rindo à toa é o torcedor santista que vê seu clube retomar a terceira posição na tabela após a vitória ante o Avaí na Vila. O Santos de Dorival começa a incomodar o pelotão polarizado de frente. Mas terá jogo-chave na próxima rodada contra o Flamengo, na partida derradeira do Maracanã. Uma derrota custará muito caro para as pretensões santistas. E se já não teria Ganso para esta partida, Dorival também não terá Neymar, suspenso.

Já o último alvinegro que saiu beneficiado na rodada nem precisou jogar. O Corinthians teve que apenas secar. E para fechar os festejos do dia de comemoração do Centenário, a última alegria veio justamente de seu coirmão Palmeiras. Dos pés de Ewerthon, cria do terrão alvinegro, o time de Felipão empatou nos acréscimos e tirou dois pontos do líder Fluminense.

A diferença para o líder pode diminuir, desde que o Corinthians de Adilson bata o Vasco em São Januário, em jogo adiado para 13 de outubro. Quer data melhor que esta?!?!?

Fechando a penúltima rodada do turno, o São Paulo venceu o goiano Atlético por 2 a 1. Depois de cinco jogos, o tricolor de Baresi volta a marcar três pontos no Brasileiro. E olha que não foi em um dos jogos mais animadores para sua torcida, embora neste momento crítico, o importante mesmo fosse pontuar.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A VIRADA CENTENÁRIA

Nada mais justo do que mais de CEM mil pessoas comemorando os CEM anos de um clube que supera dimensões. E amplifica o sentido da palavra proporção. Foi mesmo surreal. São Paulo era toda Corinthians.


Realmente, é um estado de espírito.

EM TEMPO - Lula, que também era aguardado no Anhangabaú, não compareceu. Somente no Parque São Jorge, onde foi condecorado como presidente da República Popular do Corinthians.

CEM ANOS DE UM SENTIMENTO ÚNICO!

Primeiro de setembro de 1910. Um grupo de operários funda, sob a luz de um lampião, um clube de futebol amador. Eram poucos naquele dia, apenas 13. Mal imaginavam que aquele simbólico ato, o da assinatura, seria um marco. Para a história de São Paulo. Para a história do Brasil. O nome, Corinthians Paulista, ganharia também, anos mais tarde, a designação Sport Club.

Hoje completam-se exatos 100 anos daquele momento. O time amador cresceu. Virou religião. Neste 1 de setembro, figura-se como Nação. Nação esta que bate na casa dos 30 milhões de torcedores. Uma autêntica República Popular. De apaixonados. Por um clube. Um símbolo. Duas cores. Um nome.

Adoração extrema. Que não se explica. Mas que arde. Se sente. Queima. Adoração levada ao extremo. Adoração que facilmente vira paixão. É coisa de gene, DNA. Coisa de corinthiano.

Paixão cega que transpira pelos poros. Irradia. Contagia. Paixão que vira devoção. É fidelidade posta à toda prova. E sempre correspondida.

Não basta torcer. Tem que sofrer. Desejar. Se sacrificar. Muitas vezes, orar. Um fenômeno capaz até mesmo de fazer ateus suplicarem por uma graça divina. E de levar alegria e esperança àqueles que mais necessitam. Isso é Corinthians. Sinônimo de perseverança.

Em se tratando de Corinthians, tudo é hiperdimensionado. Para corinthianos, ser quem é, é o que basta para ser grandioso. Para sentir-se mais. Até mesmo numa série B isso é possível. "Apenas" por corinthianismo. Realmente, é coisa de louco.

O Corinthians é um marco de celebração popular, enraizada de norte a sul do país. Ser corinthiano é sair de casa, tendo a certeza e o orgulho de ao trajar um manto, de que serás reconhecido. É convicção de que se identificarás com a um de seus semelhantes. Estejas aonde estiver.

O Pacaembu, em tarde ensolarada de domingo ou numa noite fria e chuvosa de quarta-feira, é uma ode ao corinthianismo. É lá que o corinthiano se encontra. Um ao outro. Se assemelha.

Juntos, somos um só. Ganhamos jogos. Perdemos jogos. Viramos jogos. Juntos.

Celebramos. Sofremos. Lado a lado.

É sina que não se explica. Mas que se amplifica com a camisa preta e branca.

O corinthiano se curte. Um ao outro. O corinthiano se ama. Principalmente por reconhecer no próximo dois sentimentos inigualáveis que todo ser humano anseia experimentar. A paixão e o amor. Em suas formas puras e cruas. Até mesmo cruel, às vezes. Mas inigualável. Na vitória e na derrota.

Alguns continuarão tentando debochar lembrando da inexistência de um título continental. A esses, peço-lhes que se apeguem a isso mesmo. É o que lhes resta, ao menos por enquanto. Eu encaro como azar. Azar dela, a sorrateira, de ainda não ter presenciado tamanha comoção popular.

A história de São Paulo funde-se com a história alvinegra. Juntas, são uma só. E São Paulo deveria sim se chamar Corinthians. Até porque, numericamente, o Corinthians engole sua própria cidade quase três vezes. Faz criatura superar criador.

Hoje, celebram-se 100 anos da existência de um dos maiores clubes do mundo. O maior, em termos de paixão. Capaz de despertar amor e ódio com raro extremismo. E até mesmo de dividir um país. Ou um Maracanã.

Sagrados sejam seus torcedores. És sim uma religião, Corinthians Paulista do meu coração!

Perdõem-me os outros, fundamental mesmo é ser corinthiano.

Vitor Hugo Baqueta, corinthiano. O maior título de todos os possíveis.